O ESCRIVÃO NÃO ENTENDIA
O SUICIDIO DA VELHA SENHORA.
O SUICIDIO DA VELHA SENHORA.
O telefone tocou na Delegacia de Polícia era o escrivão de polícia em local de suicídio, eis dizia que eu precisava lá comparecer,e que, “não estava nada entendendo dos fatos”,numa casa de família,no centro da cidade,onde se deram os acontecimentos,há anos atrás.
Na ausência de polícia técnica e dependendo sempre da má vontade da equipe especializada de Piracicaba,eis,então, que vou,por dever de ofício, ao local para ver o que o escrivão não entendia,para solucionar o impasse.Um suicídio...
Observando o local,realmente era um suicídio diferente,num quintal de uma casa,com uma velha senhora.O caso realmente era intrigante.
Ela estava já quase desnuda,queimada pelo fogo provocado por álcool e usava um tênue sobretudo –camisola- e estava além de corpo queimado havia sido encontrada pendurada numa forca(feita pela própria suicida) e jazia,sem que,no entanto, aparentasse um autêntico enforcamento.A cena era forte.
Que situação mais traumática e dolorosa à família...Esta não notou a preparação da suicida,nos pormenores...
O escrivão tinha razão...não estava mesmo entendendo nada para elucidar o fato.Precisava de ajuda.
Começamos a conversar com a família,totalmente abalada.Não tem jeito,polícia tem que sujeitar-se a tudo e procurar a verdade.Até conhecia de vista um dos familiares que era mecânico numa concessionária de veículos,na época,embora estivesse abalado: era sua mãe...a suicida.
Analisando,com a defunta ainda pendurada na corda- sem estar-realmente-enforcada...estudando o local e a circunstância,notamos que houve dois atos preparatórios para o suicídio: o primeiro a velha senhora procurou num canto do quintal encher um vasilhame de álcool para se “banhar”de inflamável; depois, ainda na dúvida de não morrer por fogo, a suicida preparou uma corda para o enforcamento,colocando,metros após,embaixo um caixote para subir caso não conseguisse se queimar,como desejava.Tudo no quintal,sem que ninguém visse.Ou previsse.
Entretanto,já em chamas a velha senhora –em labaredas- correu até a corda do enforcamento e ficou só pendurada nela e não se enforcou,morrendo em razão das graves queimaduras ao longo do corpo,pelas pernas iniciais,aquelas preparatórias.Aquelas do primeiro ato.Tudo isso,foi feito,sem o apoio de polícia técnica...
O corpo ainda permanecia inerte,pendurado na corda,quando conversei com a família. Disseram que meses atrás a velha senhora havia perdido o marido e entrou em depressão contínua,mas jamais falou em tomar atitude tão extrema.Só dizia que “queria ver seu ex-marido”,há pouco desaparecido.Nada mais.Conversa encerrada.
Questão esclarecida: morte por queimadura...
Ao deixar o local,na calçada,com duas viaturas policiais em frente da casa,juntou-se gente.Curiosos.De repente, apareceu um padre (então conhecido) que me perguntou o que ocorrera e depois da explicação,disse que nem ia “entrar na casa: era coisa de Satanás”... e foi embora.Disse: "esconjuro".Fiquei surpreso pelo trágico e pela desumanidade de um religioso.Indignado,mesmo. (A gente se acostuma a conviver com muitas e diferentes pessoas dentro da polícia-também com imbecis).
Logo em seguida,ainda,esperando na mesma calçada,uma viatura para voltar à lida, e continuar a missão de delegar, aparece um outro indivíduo também curioso: um pastor de um templo qualquer cristão.Desses que hoje abundam por aí,em todas as esquinas.
Perguntou do fato e recebeu a resposta,sem eu esboçar alguma reação ou qualquer emoção,depois da presença do padre de mal com as tragédias humanas...
Disse então,o pastor: vou entrar na casa e consolar a família...Lá permaneceu,algum tempo.
Logo em seguida já chegava o carro funerário para levar a suicida,para o devido “preparo” e seu derradeiro descanso...
No caminho de volta pensava do comportamento de dois religiosos cristãos,numa mesma situação: o suicídio. Um o padre católico abandona o local,invocando que isso era obra de Satanás...fugiu.O outro, entendeu que a fatalidade não tem endereço para ninguém...Ficou e consolou.Aí lembrei que o 4º. índice de morte no mundo é o suicídio...e,ainda por depressão- uma patologia!!!
Esse assunto- depressão- jamais a humanidade levou a sério esse enorme problema,desde tempos remotos.E, atualmente,o problema é “jogado sempre abaixo do tapete”,pelos familiares e entes envolvidos.Há uma babilônia de interpretações para esse comportamento,que,a princípio se chamava de “tristeza”...Bobagem.
A depressão –hoje mais tão comentada:pergunta-se= Não seria obra da civilização judaico-cristã e ocidental-progressista e civilizatória? E, (pergunta-se) não teria o Grande Arquiteto do Universo,diante dessa concepção político-religiosa-civilizatória e “criacionista”, já elaborado o homem mesmo do barro, daquele barro bíblico tão frágil,como a si mesmo? Serás pó um dia...Grande história da “carochinha”.Quanta fragilidade há.
Nesse panorama:
Aí então a dúvida: a vida seria uma maior grandeza ou uma farsa menor?
Dá para dormir com um barulho desses??
Na ausência de polícia técnica e dependendo sempre da má vontade da equipe especializada de Piracicaba,eis,então, que vou,por dever de ofício, ao local para ver o que o escrivão não entendia,para solucionar o impasse.Um suicídio...
Observando o local,realmente era um suicídio diferente,num quintal de uma casa,com uma velha senhora.O caso realmente era intrigante.
Ela estava já quase desnuda,queimada pelo fogo provocado por álcool e usava um tênue sobretudo –camisola- e estava além de corpo queimado havia sido encontrada pendurada numa forca(feita pela própria suicida) e jazia,sem que,no entanto, aparentasse um autêntico enforcamento.A cena era forte.
Que situação mais traumática e dolorosa à família...Esta não notou a preparação da suicida,nos pormenores...
O escrivão tinha razão...não estava mesmo entendendo nada para elucidar o fato.Precisava de ajuda.
Começamos a conversar com a família,totalmente abalada.Não tem jeito,polícia tem que sujeitar-se a tudo e procurar a verdade.Até conhecia de vista um dos familiares que era mecânico numa concessionária de veículos,na época,embora estivesse abalado: era sua mãe...a suicida.
Analisando,com a defunta ainda pendurada na corda- sem estar-realmente-enforcada...estudando o local e a circunstância,notamos que houve dois atos preparatórios para o suicídio: o primeiro a velha senhora procurou num canto do quintal encher um vasilhame de álcool para se “banhar”de inflamável; depois, ainda na dúvida de não morrer por fogo, a suicida preparou uma corda para o enforcamento,colocando,metros após,embaixo um caixote para subir caso não conseguisse se queimar,como desejava.Tudo no quintal,sem que ninguém visse.Ou previsse.
Entretanto,já em chamas a velha senhora –em labaredas- correu até a corda do enforcamento e ficou só pendurada nela e não se enforcou,morrendo em razão das graves queimaduras ao longo do corpo,pelas pernas iniciais,aquelas preparatórias.Aquelas do primeiro ato.Tudo isso,foi feito,sem o apoio de polícia técnica...
O corpo ainda permanecia inerte,pendurado na corda,quando conversei com a família. Disseram que meses atrás a velha senhora havia perdido o marido e entrou em depressão contínua,mas jamais falou em tomar atitude tão extrema.Só dizia que “queria ver seu ex-marido”,há pouco desaparecido.Nada mais.Conversa encerrada.
Questão esclarecida: morte por queimadura...
Ao deixar o local,na calçada,com duas viaturas policiais em frente da casa,juntou-se gente.Curiosos.De repente, apareceu um padre (então conhecido) que me perguntou o que ocorrera e depois da explicação,disse que nem ia “entrar na casa: era coisa de Satanás”... e foi embora.Disse: "esconjuro".Fiquei surpreso pelo trágico e pela desumanidade de um religioso.Indignado,mesmo. (A gente se acostuma a conviver com muitas e diferentes pessoas dentro da polícia-também com imbecis).
Logo em seguida,ainda,esperando na mesma calçada,uma viatura para voltar à lida, e continuar a missão de delegar, aparece um outro indivíduo também curioso: um pastor de um templo qualquer cristão.Desses que hoje abundam por aí,em todas as esquinas.
Perguntou do fato e recebeu a resposta,sem eu esboçar alguma reação ou qualquer emoção,depois da presença do padre de mal com as tragédias humanas...
Disse então,o pastor: vou entrar na casa e consolar a família...Lá permaneceu,algum tempo.
Logo em seguida já chegava o carro funerário para levar a suicida,para o devido “preparo” e seu derradeiro descanso...
No caminho de volta pensava do comportamento de dois religiosos cristãos,numa mesma situação: o suicídio. Um o padre católico abandona o local,invocando que isso era obra de Satanás...fugiu.O outro, entendeu que a fatalidade não tem endereço para ninguém...Ficou e consolou.Aí lembrei que o 4º. índice de morte no mundo é o suicídio...e,ainda por depressão- uma patologia!!!
Esse assunto- depressão- jamais a humanidade levou a sério esse enorme problema,desde tempos remotos.E, atualmente,o problema é “jogado sempre abaixo do tapete”,pelos familiares e entes envolvidos.Há uma babilônia de interpretações para esse comportamento,que,a princípio se chamava de “tristeza”...Bobagem.
A depressão –hoje mais tão comentada:pergunta-se= Não seria obra da civilização judaico-cristã e ocidental-progressista e civilizatória? E, (pergunta-se) não teria o Grande Arquiteto do Universo,diante dessa concepção político-religiosa-civilizatória e “criacionista”, já elaborado o homem mesmo do barro, daquele barro bíblico tão frágil,como a si mesmo? Serás pó um dia...Grande história da “carochinha”.Quanta fragilidade há.
Nesse panorama:
Aí então a dúvida: a vida seria uma maior grandeza ou uma farsa menor?
Dá para dormir com um barulho desses??