Dois destinos, um amor
Vazou do azul anil, rastro delator. Era desejo puro, síntese da dor. Os olhos a brilhar, rios serenos a buscar o mar. Pinta a folha branca, história descuidada. Queria príncipe, quem fora besta malvada... O acaso em ofegos, parecia ter mudado dois destinos... Em erupção duas almas explodem em celeste véu... Quem experimentou o amargo dos dias, que se sucedem, pensa ter encontrado em suas papilas o leve e forte gosto do mel. Seria o ponto elíptico e a volta ao Xeol... Mas, quis a dama doce que acende os dias das almas, não voltar ao ponto inicial... Pois no cume à explosão vulcânica, foram soldados dois destinos... E, em suspenso, um novo jardim foi decretado pelo cupido. Uma das maravilhas do amor, aberta à visitação, em que buscou disformemente não possuir forma. Mas, que resilientemente, desenhou-se assim: em curvas suaves de um Belo coração.
Marcio José de Lima. Laranjeiras do Sul, 17/03/2015