PROFESSORES QUE APANHAM: A SOCIEDADE DO TACAPE

A violência tem tomado proporções assustadoras nesses últimos tempos. Os educandários não são mais os mesmos. Direitos anulam deveres e o ir e vir acabou de transformando em atropelamento, não só dos profissionais da educação, mas da sociedade inteira.

Explico: Quando já estava me recuperando do assunto de Canoas – uma professora foi arrastada pelos cabelos por lá –, outra notícia (agora bem perto, na Escola Bom Jesus, aqui mesmo em Santa Cruz do Sul) veio para nos tirar o sono e uma parte de nosso sossego. Sim, mais uma docente que recebeu uma série de murros de uma mãe enlouquecida por achar-se no direito de fazer o que bem entende. Que fique bem claro, somos educadores em casa, se um de nossos filhos for mal-educado na escola a culpa é toda nossa. Os professores precisam receber pessoas prontas, não podemos transferir o que é de responsabilidade nossa para nenhum banco escolar. Há mais o que fazer por lá. Cada um fazendo sua parte, o Brasil começa a melhorar. Vamos guardar os tacapes, senhores pais!

Saibam, amigos, ser professor não é nada fácil. Há dias em que estamos diante de alunos educados e que já sabem para onde querem seguir; em outros – sendo bem realista –, defronte a seres estranhos que pensam a escola preguiçosamente ou com violência (de onde será vem isso? Trazem de onde?). Os primeiros, os bons estudantes, são os que animam os educandários; os segundos, os relapsos, são o amanhã que se anuncia (previsão feita por muitos a respeito de nossa educação): profissionais vitimados pela ausência de qualidade, de respeito e de valorização diante da sociedade. Até poderiam, em um futuro próximo, substituir os professores por espantalhos e sacos de areia: os primeiros para mentir existência e os segundos para apanhar dos alunos – como temos assistidos cada vez mais frequentemente pela mídia a fora.

É certo, todo o docente é bom, desde que seus pupilos carreguem consigo um brilhantismo próprio, brilho disseminado já nas entranhas de suas casas, educação que vem da essência de seus lares. Saibam: nenhum “educador” educa de fato, eles só sabem soprar. Se não há brasa, não há fogueira e se não há fogo não pode haver luz, só treva. Perigoso! Já que não existem cores sem iluminação. Para isso nutro uma utopia: devemos todos entrar na escola com o peito queimando e prontos para “enfogueirar-se” ainda mais, pois prestem bem atenção no que digo: estudantes bons, professores bons; estudantes medíocres, professores medíocres; alunos mal educados, escola doente. A escolha está sempre nas mãos de quem olha no espelho. Sim, em um mesmo dia podemos ter todos eles: bons, medíocres, mal educados. No que completo: nossos filhos são os reflexos do que mostramos a eles. Cuidado!

O mundo precisa de um pouco mais de inspiração de pais e de mães. Por exemplo, na Alemanha o governo paga (acho que por uns dois anos) para que uma mulher engravide, o país está ficando velho. Se pensarmos se tratar de um Estado de primeiro mundo (pois investem pesado na educação), já supomos que o incentivo ainda é pouco, uma vez que os casais sabem das dificuldades acarretadas em povoar o mundo. São críticos. Agora faça o mesmo no Brasil. Na certa nossa população, em apenas nove meses, duplica. Viram como a educação é o elemento mais importante para o crescimento de um lugar?

Enfim, meus amigos, quem não participa – parafraseando o Chacrinha – se trumbica! Sejamos educadores em casa. Se formos, prevejo ainda um futuro descente para os nossos.

Boa sorte a todos nós!

Dilso Santos
Enviado por Dilso Santos em 28/03/2015
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