A CHUVA CHEGA NO SERTÃO
Não há nada mais singelo, aterrorizante e escabroso que os tempos de chuvas no sertão.
A singeleza se descortina a partir das gotículas brilhantes depositadas nas folhas que despertam e encantam nossas memórias de infância. Remete-nos ao tempo que tomávamos banhos nos riachos, os mesmos que embalavam nossos sonhos infantis com o cantar das suas águas efêmeras.
Bruscamente essas memórias descortinam os descasos políticos com os riachos formados pelos esgotos que reveem a céu aberto, misturando o manjar dos céus com a sujeira do homem. A literal sujeira que fazem de contas que não existem. As ruas se tornam, portanto, em fedentinas em todos os cantos, moradas propícias aos mosquitos, muriçocas – os verdadeiros vetores de doenças. Sem falar no lago de fossa que faz parte do cenário de um praça que abriga um prédio do INSS, uma escola municipal e dois quiosques – misto de lanchonete e bar.
Haja trabalho dobrado aos “anjos da guarda” que precisam nos proteger das inundações, das prováveis viroses e toda sorte de picadas de insetos.
Haja paciência!