Poesia ou Quebra-cabeças?
Eu, como muitos por aí, adoro quebra-cabeças, adivinhações, palavras cruzadas, charadas, e o mais que for do gênero. Talvez por isso, tenha me encantado com este ramo da poesia chamado Soneto, que vem ao encontro de tudo que gosto: poesia e desafio. À primeira vista pode parecer que eu disse uma asneira, misturando alhos com bugalhos. Vejamos se consigo convencê-los.
Para escrever um soneto, há um sem número de regras a serem obedecidas, aumentando em muito o grau de dificuldade. Vou pegar uma carona num texto postado por Pedro Ornelas, aqui mesmo no nosso Recanto de Poesias. Para dizer o mínimo, segundo ele, o soneto obedece a regras de estrutura, rima, métrica, ritmo, número de sílabas métricas, e por aí vai, é muita coisa.
Depois de escolhido o tema a ser abordado, começa o “quebra-cabeças” de se ter que escrever o que se quer dizer dentro de um número exato de sílabas, e de versos (14, dois quartetos e dois tercetos) já predeterminados pelas regras. Às vezes escrevemos um bonito verso e temos que reescrevê-lo ou abandoná-lo apenas porque tem uma sílaba a mais ou uma sílaba a menos.
A rima é outro detalhe de suma importância. Se não tivermos o extremo cuidado com elas, ao final o trabalho não condiz com o que se desejava. Se quisermos valorizar o nosso poema, devemos usar, sempre que possível, as chamadas “rimas ricas”, que ocorrem quando a rima é feita com palavras de diferentes categorias gramaticais (verbo/substantivo, pronome/preposição, etc.).
Na verdade, não sou nenhum entendido, e sei que meus sonetos pecam por não cumprir totalmente as exigências. Se me atrevo a escrever a respeito, num ambiente de verdadeiros mestres, é porque também sei que muitos aqui, como eu, são carentes destas informações. Quem tiver interesse em se aprofundar no assunto, recomendo a página do Pedro Ornelas, já citada acima. E que venham os novos sonetistas!