Mensagens que edificam - 48

Ciência e fé, filosofia e crença, uma possibilidade remota ou inexistente de que se faça uma explanação sem desavença? Sob qualquer aspecto tratar de temas tão paradoxais sem que hajam conflitos é acreditar na inviabilidade de atritos onde histórias se confundem com estórias, e onde verdades passeiem entre mitos. Nada como um acerto de contas de materialismo com espiritualidade, quando uma vã dualidade de ateísmo e deidade pretenden conciliar os mesmos espaços na busca de incitar um desajustável ecumenismo. O mundo jamais será único, assim como a linha de pensamentos sempre será tênue. Perda de tempo em embates onde nunca se achará casualidade de harmonia de termos, mesmo que maquiadas de diplomacia será curto o tempo de bom convívio e boa vizinhança, se a imposição das deduções jamais se renderão aos apelos de suportar as contradições. O mais sensível cônsul em terra alheia não fará mais do que defender os interesses de sua própria gente, ao considerar que costumes e tradições são como sangue que correm nas veias. Uma pátria jamais se libertará do bairrismo, assim como placas tectónicas sempre conviverão com os cismos. Há brigas que não se apartam e há nós que nunca desatam, há mãos que nunca se apertam e há alvos que nunca se acertam. Inútil é banhar o leitão e depois pô-lo em liberdade, dispor no mesmo cercado cães e gatos é futilidade. Qualquer parábola que ouse explicar o desconexo é arrazoar questões que envolvam recato e sexo, e para não correr nenhum risco eu fico com o assertivo côncavo e convexo. Longe de qualquer desgaste percebe-se que nadar contra a corrente é risco iminente de um afogamento desnecessário. Então o que fazer? Calar e consentir? De certo que não, pois para toda oratória haverá sempre uma plateia ansiosa para ouvir, como para toda prédica haverá um perfeito texto que jamais será o contexto de quem nem entende o que está a se emitir, todavia eu nunca vou omitir e muito menos, mentir. Quem tem ouvidos ouça...