UMA BREVE HISTÓRIA
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Em 1936, Salvador Dali foi com um amigo, Maurício Heine, a uma exposição de pintura abstrata. Enquanto estavam na galeria, Dali não tirava os olhos de um canto da sala onde não havia nada exposto.
— Você parece estar evitando olhar para as telas – comentou seu amigo – parece estar atraído por algo invisível.
— É verdade, mas não tem nada de invisível – respondeu-lhe Salvador Dali — Não consigo afastar os olhos daquela porta. É de longe o objeto mais bem pintado desta galeria.
Maurice, visivelmente interessado nas obras expostas, não a tinha reparado. Mas agora ao notá-la, viu que não tinha como negar a observação de Dali.
— Nenhum dos pintores — continuou Dali – que estão expondo nessa mostra seria capaz de pintar aquela porta, por outro lado, o pintor de paredes que lhe aplicou a tinta poderia melhorar qualquer dos quadros expostos que quisesse copiar.
Nada mais coerente com esse pequeno acontecimento do que o próprio conceito de Dali sobre o artista plástico:
“O verdadeiro pintor é aquele capaz de pintar cenas extraordinárias em meio a um deserto. O verdadeiro pintor é aquele capaz de pintar, pacientemente, uma pêra, rodeado dos tumultos da história”.
Assim foi Salvador Felipe Jacinto Dali; excêntrico e possuidor de uma aguçada visão artística que conferiu a sua obra o reconhecimento de uma das mais apuradas e audaciosas da pintura surrealista. ®Sérgio.
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Essa passagem da vida artística de Dali foi retirada e adaptada de Pensées et Anecdotes, Lê Cherche Mide, Paris.
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Agradeço a leitura do texto e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!