NADA DE NOVO
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Mas como? Nada de novo, com tanta novidade tecnológica? Eh! É isso mesmo. Nada de novo sob o sol, na visão do Eclesiastes. Vale considerar a história como uma sequência de fatos, com alguns sobressaltos, mas sempre a mesma história ao longo de milênios. Na realidade, temos mais descobridores que propriamente inventores. O descobridor descobre a partir de algo já existente; o inventor, parece que não. Inconscientemente, talvez faça sentido o inconsciente coletivo de Jung, em geral há sempre um link, um elo com o passado.
Atribui-se a Che Guevara a frase: “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”. Pois bem. Não é de hoje, que o digam os jesuítas, que esse pensamento já fora enunciado em latim: “Fortiter in re, suaviter in modo”. Com firmeza na ação, mas com suavidade no modo. Ou, em outras palavras: mão de ferro em luva de veludo. Ou ainda: com bondosa severidade. Aliás, uma grande referência para os pais, políticos, educadores, administradores.
O WhatsApp, instantâneo e tão socializado, lembra os telegramas de antigamente. Mais rápidos que a correspondência comum, para a época. Linguagem resumida, sucinta. Hoje em dia, também palavras e sinais convencionados, abreviaturas, animações. E assim por diante. Na verdade, o ser humano continua o mesmo, seja na engenhosidade, seja na violência, seja na criatividade, na prepotência desenfreada, na corrupção desmedida. A mesma barbárie, o mesmo lado perverso e opressor. O “modo” é que é diferente. Nem sempre suave. Já não se fazem guerras como antigamente. Mas como persistem! E até aperfeiçoadas, sofisticadas. Preconceitos também os há, como antigamente, em abundância e, às vezes, profundamente prejudiciais: religioso, racista, ideológico. Paralelamente, rasgos de heroísmo, gente honesta, trabalhadora, prestativa, dedicada. A arquitetura clássica continua admirável e admirada. A aritmética básica continua nos dedos.
Mas, que bom! Ainda existe amor...