CENA DE NOVELA
A televisão exibe uma moça caída ao relento e desfalecida, alguém a carrega nos braços, sob os olhares curiosos dos que dela se acercaram. CENA DE NOVELA. O quadro descrito suscita emoção. Então, feito o mestre Moayr Porto, eu também questiono: se o sofrimento de ficção que nos revela o teatro, o cinema, ou qualquer forma de expressão artística, comove-nos até as lágrimas, como se explicaria, assim, esta aparente contradição da sensibilidade humana, isto é, indiferença à vista de um sofrimento real e comovido enternecimento em face de um infortúnio de ficção? Por que o sofrimento no teatro é mais real do que o sofrimento que a vida expõe a nossos olhos, por ser uma mera representação? Até onde a realidade também nos comove?
A televisão exibe uma moça caída ao relento e desfalecida, alguém a carrega nos braços, sob os olhares curiosos dos que dela se acercaram. CENA DE NOVELA. O quadro descrito suscita emoção. Então, feito o mestre Moayr Porto, eu também questiono: se o sofrimento de ficção que nos revela o teatro, o cinema, ou qualquer forma de expressão artística, comove-nos até as lágrimas, como se explicaria, assim, esta aparente contradição da sensibilidade humana, isto é, indiferença à vista de um sofrimento real e comovido enternecimento em face de um infortúnio de ficção? Por que o sofrimento no teatro é mais real do que o sofrimento que a vida expõe a nossos olhos, por ser uma mera representação? Até onde a realidade também nos comove?