A Mais Indesejada das Damas - A Dama da Morte

Dizem que a Morte é uma menina linda que te convida para tomar um cafézinho na taverna do fim do mundo, outros dizem que ela - a mais indesejada de todas as gentes - vem a galope com sua lança e sem dó e sem lágrimas nos arrasta para o lugar de onde ninguém nunca voltou para a estória contar.

Talvez a Morte não seja nenhuma coisa nem outra.

Talvez a Morte seja apenas uma porta que atravessamos para continuar a nossa jornada infinita ou um alento final para um cansaço que nos aperta a alma.

Talvez a Morte seja apenas algo natural, sem mistério e sem respostas; um mecanismo da natureza para reciclar e continuar.

Porém, sem dúvida alguma, a Morte é renovação. Não sabemos, com certeza, se a Morte renova quem ela toca, mas tira o chão de quem fica, ensinando uma nova forma de caminhar e enxergar a realidade.

Morremos a cada dia. Começamos a morrer desde o dia em que nascemos e talvez devêssemos fazer como se faz em Bali, na Indonésia. Talvez, só talvez devêssemos nos preparar para a grande festa que é a partida de algo ou alguém que já cumpriu seu tempo por aqui ou pedir a mais indesejada das damas que nos tire para dançar quando chegar a nossa hora.

Seja qual a forma que ela chegue, rogo aos Deuses - se Deuses houverem - que eu esteja acordado quando ela me tocar.