PERIGO! PERIGO! PERIGO!

PERIGO! PERIGO! PERIGO!

04.00 h da manhã. Acordei com o barulho de uma forte chuva e não consigo mais dormir. O colchão duro (ótimo para a coluna, dizem) deixou-me desconfortável e inquieto. Mil pensamentos completamente desconexos sobrevoam-me a cabeça como um enxame de abelhas, e, sabe-se lá por que cargas d’água, fixei-me no personagem Dr. Zachary Smith, daquela maravilhosa série de TV, Perdidos no Espaço, exibida lá pelos idos de 1968.

Quem tem mais de 50 certamente vai lembrar que o Dr. Smith, o vilão mais vilão que conheci na ficção, era a personificação de tudo que há de mais espúrio na natureza humana: covarde, falso, hipócrita, ambicioso, desonesto, dissimulado e extremamente egoísta. Sempre acompanhado por um robô, a quem “carinhosamente” chamava de Lata Velha Enferrujada, mas que tinha mais utilidade do que o cinto do Batman e sempre alertava a todos em caso de um perigo iminente, uma tempestade de meteoros ou um ataque alienígena.

Num momento em que a humanidade começa a ser ameaçada de extinção pelos desmandos causados por nós mesmos, fico a imaginar como seria bom termos uma máquina daquelas a nos alertar com seu grito metálico: - Perigo! Perigo! Perigo!

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 24/03/2015
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