FOTOS E FOTOS

Coisa comum, hoje em dia, são as fotos. Nada que cause admiração, afinal estamos na era das imagens. Belas, coloridas, com paisagens, cidades, pontos turísticos, momentos pessoais, bichinhos de estimação e por aí vai. Tudo isso enche diariamente nossos olhos, é só ligar o computador, o celular e se conectar. Ah, e não podemos esquecer a "rainha" de todas as imagens: os selfies, que saltam nas redes sociais a cada segundo. No barzinho, na balada, na academia, no espelho... um sorriso de comercial de pasta de dente, a alegria estampada no rosto. Problemas? O que são problemas? As fotos não mostram problemas. Elas não mostram mais nem gente feia, porque os recursos tecnológicos são tantos que equivalem a uma cirurgia plástica virtual.
Mas por que estou falando isso tudo? É que hoje me deparei com uma foto dos meus avós maternos tirada, possivelmente, lá pelos idos de 1936 e fiquei imaginando a dificuldade que era bater uma foto naqueles tempos. Lá estão eles, sentados, rodeados pelos cinco dos seis filhos que tiveram, numa foto em preto e branco e todo mundo sério. Sinceramente, das sete pessoas ali fotografadas, nem uma delas ameaçou um sorriso que fosse! Tesos, tensos, falta de costume, é óbvio! Nada difere de todas as fotos tiradas naquela época. A pose, a postura, o modelo, tudo era tradicional.
E cá com meus botões eu fico a pensar: a vida era difícil, sem grandes confortos, mas era simples e creio que as pessoas eram mais felizes. Não havia muito o que ansiar, por isso a ansiedade praticamente não existia. Hoje, temos tudo para facilitar nossas vidas e nunca os psiquiatras e psicólogos tiveram tanto trabalho. Desconfio que naquela época, com exceção de Freud, nem existia psiquiatra...
                                                                                                                  Giustina
(imagens Google)
Giustina
Enviado por Giustina em 23/03/2015
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