A cidade da minha infância (EC)

Lugarejos? Vários. O lugar onde nasci é hoje apenas uma marca no mapa e a lembrança da olaria, cujo barro servia de massa de modelar. Viagens para outras praias de areia brilhante que refletia o azul no fundo das águas. Em todas havia mangue, garças, guarás, chuva, sol... O sol não gostava de ocasos nessa época. Brilhava sempre e eu com ele girávamos giros-sóis, petecas, piões, bambolês. Depois, a cidade morena de Belém do Pará sob a chuvinha serena da tarde. Chovia letras, música (muita!) e desenhos no papel. Dos frutos, de nomes engraçados, pouco vejo por aqui, mas ainda sinto o cheiro e a água na boca: pupunha, açaí, cupuaçu, bacuri, uxi, mari, jenipapo, jaca, buriti, murici, taperebá, ingá... Jambo! Era lindo feito coração. De Norte a Sul, tantos quilômetros depois, a cidade de renascença. A cidade onde nasci é um repositório de memórias alegres, tristes, boas, más, todas as sendas onde se movimentam pessoas. Algumas, eu toco. Outras se perderam no pôr do sol. Deu saudade. Corta!

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Este texto faz parte do Exercício Criativo (EC) que teve como tema:

“A cidade da minha infância”

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