Tributo à amizade
Um dia, no trabalho, surge de repente um jovem mineiro, de excelente humor, sorriso aberto, piadas prontas na ponta da língua (algumas mórbidas) e que tinha lido o livro “O gene egoísta”.
Naquele momento eu me assustei e pensei: como assim? Como um jovem economista, leu esse livro? E curiosa, quis saber o que mais estaria escondido naquele garoto estilo Harry Potter.
Foi quando me encantei e percebi que tinha encontrado a minha melhor companhia para tomar um café caprichado na confeitaria, comer doce de leite (o de Viçosa, que, segundo ele, é o melhor do Brasil), ser provocada com teorias sobre carnismo, já que sou vegetariana, ou para simplesmente me mandar uma mensagem pelo celular perguntando “qual é a boa de hoje?”.
Na convivência fui descobrindo que ele era muito especial. Um amigo que sabia me ouvir, que me consolou quando eu me senti injustiçada; que me aconselhou em situações de banais a triviais e que me disse para seguir em frente com meus sonhos e quem, ao me ver tropeçar, pegou minhas mãos e apenas me disse: Ah vá!! Você é maior do que isso!
Enfim, fui conquistada a partir de pequenos gestos, mas que eram tão sinceros que me enchiam o peito de gratidão, coisas que só os amigos sabem como fazer.
Lembro-me bem que em um dia de sábado, eu acordei meio sonolenta, olhei no celular e lá estava mais uma mensagem. Só que desta vez não tinha a piada do dia, nem um vídeo com alguém comendo um belo churrasco ou um sanduíche recheado com bacon, muito menos um convite para tomar um café com bolo na confeitaria mais frequentada de Dourados/MS. A mensagem começava assim: “Quando você ler essa mensagem já estarei em Belo Horizonte”.
Meu grande amigo estava retornando para sua cidade logo depois de cumprir a missão de reforçar a minha teoria de que os verdadeiros amigos estão por toda a parte e que basta olharmos além dos olhos para enxergarmos um Guilherme Mourão bem ali, pronto para nos tornar ainda melhores.