ÁGUA EM 2050

Hoje é o Dia Mundial da Água. Pouco há que se comemorar; futuramente, algo haverá?

A data me recorda que, na modesta lavra de minha autoria e com encômio à natureza, há uma poesia entitulada ÁGUA; temo inevitável que no ano dois mil e cinquenta tenha de revisitar seus versos, originalmente concebidos no presente, com o fim de alterar o tempo verbal, colocando-o no passado, para que assim seja lida:

"Vinhas das nuvens

Em chuvas que caiam.

Na neve, alva e leve,

E no gelo também estavas.

Hidratavas e fertilizavas

O bem precioso,

A vida, que fluia.

Tinha sede de ti!

Saciavas os vales,

Irrigavas os dutos,

Lavavas as máculas

No límpido cristalino.

Estendias-te

Em lagos, mares

E vastidões oceânicas

Com doçura ou têmpera de sal.

Com veemente desejo,

Queria te absorver

Em vital infusão.

Davas-me-te sempre de beber!"

Tomadas observações em escala global, se não revertermos evidências atuais da progressiva escassez, a inferência leva a que a garantia de que a disponibilidade desse bem precioso se sustentará ao cabo das próximas décadas no planeta é tão frágil quanto a convicção da sobrevivência deste autor na face da Terra até lá.

Israel dos Santos
Enviado por Israel dos Santos em 22/03/2015
Código do texto: T5178579
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.