PROFESSOR FERNANDO (PEQUENA CRÔNICA)
Hoje pela manhã (enquanto tomava uns mates com meus pais) me veio a seguinte recordação: meu avô, o primeiro docente da família. Não, – errou quem pensou sobre algum tipo de diploma – o velho não tinha titulação, mas ali, para aquela comunidade distante, ele era o professor Fernando dos Santos. Cidadão simples e conhecido por todos por possuir certa inteligência. Nessas lonjuras, (não podia ser diferente) sua missão foi bem clara – todos lhe impuseram –: tinha que iluminar um pedacinho escondido do mundo, lá onde nem mesmo a luz elétrica foi capaz de “ilumitrificar” os caminhos. A vida não deu opção, com as próprias forças, “alumiou” as estradas através de suas “caminhações”. “Estranha-se; depois entranha-se”, tal como já disse Fernando, não meu avô, mas o poeta, o Pessoa. – e houve quem o seguiu, eu ainda o sigo...