Era uma moça
Era uma moça. Bonita como se espera que toda moça seja. Naturalmente bonita. Espalhava um brilho nos olhos e vida nos cabelos. Possuia um sorriso que inspirava alguns e causava inveja a outros.
Ela tinha um jeito sereno de ser, mas só o usava quando precisava. Na maioria das vezes era forte, destemida, desbocada, e porque não dizer, até mesmo ríspida. Era inteligente, curiosa, batalhadora. Com tantas qualidades assim, essa moça não deveria ter pessoas que nao se simpatizavam a ela. Talvez eu tenha me esquecido de mencionar que essa moça era espirituosa, dona de uma personalidade forte e doce ao mesmo tempo. Ela tinha um auto poder de persuasão e cativava a muitos por onde passava. Quase todos queriam ser seus amigos. Mas com esse quase ela tinha um sério problema.
Acontece que ela falava demais. Expunha muito o seu ponto de vista e isso era quase sempre entendido como "querer ser mais que os outros". Uma pena. Ela tem culpa se hoje em dia ter opiniao propria e raro? Acho que não.
Para o namorado ela era mandona, para os que não eram seus amigos ela era exibida, para os falsos amigos ela era prepotente. Ser quem realmente se é da trabalho!
E assim ela seguia. Fazendo amigos aqui, perdendo falsos amigos acolá e tendo certeza de que nao deixar seu eu pra traz é o que importa nessa vida. Ela tem a convicção de que precisa de poucos pra ser feliz, mas esses poucos tem que ser da sua turma, daqueles que nem é preciso falar, se comunicam pelo olhar. Viver rodeado de pessoas diferentes cansa, sobretudo quando essas pessoas não admitem outras opiniões. E ela cansou de tentar agradar. Daí ela prefere os seus. E a moça vai vivendo sem se cansar. Preocupando se somente com sua vida, cuidando de si, recebendo muito bem os novos amigos e se libertando de outros que descobriu agorinha nao ser tão amigos assim.
Vida que segue. E tudo que precisamos saber é que se aprende vivendo e se vive aprendendo. Vai lá moça, segue sendo você que isso é pra poucos!