QUE VIVA O MEU TEMPO!
Meu tempo é farto nas suas tetas. Me exatasia com a profusão de lastros, raízes e sonhos que carrega no bojo do seu casco. É mestre sem pressa, é canto sem trégua, é amor sem rebarba. Meu tempo é fruto delicioso a ser mergulhado, quando prevalecer apenas o desejo de sentir - e nada mais, Sinto meu tempo menino, fiel e nunca abandonando sua guarda, nem sua fé. Toda vez que me flagro tonto, sem saber qual atalho abraçar, é nele que refogo cada grão netuno que é feito de mim. E fico feliz, embebido na paz necessária e, sobretudo, capaz para prosseguir sem voz trêmula, nem oca. Meu tempo é senhor das coisas que trago na mochila da vida, como pequeno aprendiz sempre afoito por novos acordes, novas missões. Queria muito que esse tempo, de vez em quando, esquecesse de estar sempre indo, indo, indo e parasse um instantezinho só. Então poderíamos tricotar nossas histórias e veremos que somos fadigas do mesmo suor. Sou grato ao meu tempo por todas coisas bonitas que me fez ser, viver, acontecer. Sou grato à vida por perceber tudo isso assim, sem delongas ou reflexões baratas. Viva meu tempo! Viva ele! Viva! Viva!
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