Achando que é uma Crônica
Querendo me enveredar pelo mundo das crônicas, pesquisei (gostaria de dizer, exaustivamente) pelos meios eletrônicos a que todos estamos acostumados a lançar mão, ou melhor, ao único deus todo-poderoso da pesquisa Google.
Disseram-me que teria que escrever coisas do cotidiano, que me viesse à cabeça, fatos simples que poderiam virar história, etc, etc e etc e tal.
Tentei, mas as únicas coisas em que pensei e que penso agora no momento, é na minha ex-namorada que me meteu o pé de vez, na gata selvagem que deu cria em um sofá velho do quintal, nessa chuva que cai e não me deixar fazer o que havia programado, pois, detesto sair de moto com chuva, no caminhão de gás que me acordou após eu ter dormido incríveis 35 minutos de manhã, pois havia trabalhado à noite, na goma de mascar de nicotina para parar de fumar esse cigarro que insiste em não querer me deixar, pois não consegue viver sem mim.
Não sei não, mas acho que estes temas não são temas muito interessantes para uma crônica, mas, pelo menos, vejo a chuva passar, e quando isso acontecer, abro a janela e vejo o sol (acho que isso parece o trecho de uma música se não me engano, então já estou plagiando, que bom).
A namorada bonita e gostosa e chata me deixou de tanto eu forçar a barra para que isso acontecesse, e agora, estou aqui, parecendo um louco, vendo a gata louca e selvagem querendo passar por mim para dar mamar para os filhotes, mas com um medo danado que eu a machuque; tentando escrever, me punindo, lastimando a perda da minha gata, que no fundo, não era tão chata quanto eu, e era bonita e gostosa (quer dizer, ainda é, não é?)e está me machucando, por me fazer pensar, como a maioria dos homens “deixados”, que já deve estar às voltas com um novo amor, não tão chato como eu. E isso, nada mais é que uma terrível dor de corno, experimentada por uma procissão de coitados. Mas vou deixar isso para outra crônica, pois já é um prato cheio para um bom tema.
Enquanto isso, já que a chuva não passa, o caminhão de gás já passou, a gata selvagem já está dando de mamar, a gata cachorra não me liga, não tenho goma de nicotina e fumo mais um cigarro, decido parar com este ensaio pretensioso de ser uma crônica, me aprontar, pegar meu carro e ir em uma autorizada da Yamaha comprar a tão desejada e “indecidida” esportiva. Decidi , para aliviar a dor de corno, depois que minha gata cachorra me deixou, e quem sabe, colocar uma cachorra gata na garupa e brincar de ser feliz por alguns breves, perigosos e ilusórios momentos.
E saio com uma certa satisfação que não sei de onde vem, com a megalomania inerente à minha pessoa, de que Arnaldo Jabor é meu colega. Podem rir, porque eu mesmo estou me esborrachando.
NOTA: Aos escritores do recanto, gostaria que comentassem meus trabalhos, pois é através das críticas que podemos aparar as arestas.
Gosto de escrever, mas acho que não tenho técnica nenhuma e, portanto, gostaria de aprender com vocês.