A do Alfabeto

Ainda que eu seja uma abelha da colmeia, o fato de eu ser "uma" não me torna igual as "outras".

A letra "a" do meu Alfabeto nunca será igual ao outro "a" inicial ou final da mesma AbelhA do começo, que cada "a" se puxa uma perna ou topete diferentes.

Da mesma forma que cada linha destas abelhas se configuram de uma outra forma, formando diferentes digitais. O que já biologicamente não deixa nenhum ser vivo ser geneticamente idêntico fidedignamente ao outro.

Parecidos!? Talvez! Uma pinta aqui outra qualidade acolá fazem gêmeos idênticos se tornarem seus maiores opositores, não para se tornarem inimigos, mas sim para poder se completarem. O que não permite um ser estranho vir se comparar a mim.

Meus medos, minhas certezas e minhas histórias, que não me deixam ser melhor ou pior que alguém, mas sim, superior a mim mesma a cada tchau dado para a Lua e Oi ao Sol radiante encontrado no amanhecer.

E por incrível que pareça é assim que sobrevive cada abelhinha das mais variadas espécies. Lutar todo dia por um pouco de néctar, não a fim de agradar a rainha, que de nada precisa provar que é diferente, mas sim perceber a importância para sua própria sobrevivência. E sobreviver não é tarefa fácil, a autoestima abaixa, a fraqueza sobe e aqueles medos rodeiam novamente, e novamente, e novamente...

Então começo a ver as pessoas como se elas fossem mais que eu, imaginando algum suposto fato que pudesse comprovar esse equívoco. E logo penso, como elas podem ser mais do que eu, se objetivamente falando só existe uma de mim?