Mensagens que edificam - 40

Na hora da aflição, na hora do sufoco, na hora do desespero, na hora da angústia e da provação extrema existe uma busca comum entre todos envolvidos em situação semelhante aos adjetivos apresentados, uma busca que pode ser traduzida numa única palavra: saída. Não é natural que ninguém se acomode vivendo algo que incomode. É da natureza humana buscar sempre a paz, o bem-estar, o conforto, que não deve ser interpretado como luxo, mas sensação de aconchego, e é também intrínseco à natureza do homem estar bem relacionado e desfrutar de sensações que causem prazer, por isso mesmo quando acuado, acometido de intervenções que atropelem qualquer um destes sentimentos o gatilho de defesa é instintivamente puxado e a retirada do local de perigo é iminente. Não há tempo a ser desperdiçado com outra coisa senão a busca pela saída, e esta por sua vez não implica na interpretativa de uma porta física, mas um caminho, uma direção, um rumo, uma iniciativa a ser tomada que dê cabo ao risco súbito que desestruturou toda a harmonia. Mesmo sabendo que a irremediável saída não seja propriamente uma passagem concreta, esta é pela inconsciente autodefesa a imaginação de uma estrutura que sinalize o sentido a ser tomado que surta o efeito de arrebatar a vítima da opressora crise existencial. Considerando que sob o impacto das reações emocionais, químicas e sensoriais toda a carga hormonal despejada na corrente sanguínea, expressa especialmente pela tal adrenalina de que toda possibilidade de critério é anulada e o que ocorre é uma frenética debandada meio que desnorteada, com deficiência de razão e à mercê da sorte, tudo denunciado numa busca do norte e numa fuga da morte. De que forma envolto pelo medo encontrar a saída? De que maneira tomado pelo pânico encontrar a porta? Vale ressaltar que encontrar a porta não é tudo. Portas têm maçanetas, têm trancas, têm fechaduras, e por isso mesmo para tornar o cenário ainda mais trágico após encontrar a porta é preciso ter a paciência de introduzir a chave certa, dar a volta, para a seguir se libertar de toda esta sistemática claustrofóbica. A bem da verdade a verdadeira saída, não a representada por portas ou qualquer outra passagem não abstrata é dar liberdade à mente para entender que as maiores cadeias não feitas de pedras, grades e ferrolhos, são os aprisionamentos mentais que fazem a consciência refém de culpas, que cortam asas e martirizam as essenciais endorfinas. Qualquer saída será benvinda desde que esta promova o reencontro da criatura com o Criador, e assim restabeleça a paz, a harmonia e o amor. Saída, a porta da vida.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 11/03/2015
Reeditado em 12/03/2015
Código do texto: T5166572
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