A praça e tudo o mais
Você que está pelas redes sociais, ou em outra parte qualquer do planeta, com a boca cheia de sandices, todo antipático (a), dizendo-se preocupado com os destinos da Pátria (ai ai), sabe o que você é? Um grande mentiroso (a), um dissimulado (a). Você está é de capricho, de mimo, de birra, de teima. Ah, que nojo de você que nada lê, nada pesquisa, nada escreve (a não ser bobagens). Ah, você que até parece uma pessoa desequilibrada, um lunático (a), um rebelde sem causa, um falso enfant terrible. Ah, você bobinho (a) que gosta das armas e dos tanques de guerra e pensa ser o quartel um templo de retidão, moralidade e ética. Ah, você, de origens não respeitadas pelos burgueses. E que fica aí se fazendo de bonitinho (a). Não combina! Você tem que saber que não combina e que você e os seus parentes só serviram de auxiliares para serviços que reis e rainhas, príncipes e princesas nunca fizeram e jamais quererão fazer. Ah, você, cuja parentela não completou o antigo ensino primário porque estudar não era pra “seu qualquer”. Ah, você, que quer dar um grito marcado para o dia 15 de março e nem força nos pulmões encontra. Ah, você também, você que não quer ver a nação com os olhos da justiça social. São duas alas, uma daqueles que perderão tempo indo para as ruas e se arriscarão aos efeitos dos ajuntamentos de multidões. Sim, você que pode ser machucado na rua e acha que estará ajudando o país, mas estará engrossando o mingau do seu patrão, do seu ídolo, do seu sonho de consumo. E você que já tem os sonhos de consumo realizados, você representa uma fileira da sociedade que é expert em puxar a sardinha apenas para a sua brasa. E quer mais é que o resto se dane, se exploda. Volto a dizer que eu nem sabia mais votar, tão extensa foi a época em que fiquei sem esse direito. Depois veio a desconfiança, uma desconfiança que me impediu de acreditar em Lula e não votei nele. Não acreditei sequer que o deixassem governar, mas ele governou e repetiu a governança. Com todo o gosto, um gosto quase vingativo de tudo que vi no passado, votei em Dilma. Votei, tornei a votar e de novo votaria. Quem conhecia a Dilma? Eu também não. Meu primeiro motivo para votar nela foi o de justamente ser uma mulher. Agora tenho tantos motivos para votar em Dilma que seria até difícil relacioná-los. Os eventos da reeleição misturados à repulsa e à antipatia por você, pobre rebelde; e por você, menininho (a) birrenta, famoso (a) coxinha é que me fazem gostar ainda mais da Presidenta. E é pra vocês mesmos que eu digo de novo, estão perdendo tempo. Sabem por quê? Porque o povo, o povo mesmo é uma massa humana composta por pessoas de todo tipo, menos do seu. E essa massa humana nunca mais, vou repetir: NUNCA MAIS deixará coxinhas e escova-botas de coxinhas esquecidos do próprio passado retornarem ao poder. Claro que isto ainda melhorará, mas o POVO, o POVO mesmo, esse fenômeno que vocês não conhecem e jamais entenderão, esse aprendeu que tudo pertence a ele. E não somente a PRAÇA, como o disse o poeta CASTRO ALVES.