A Educação Nossa de Cada Dia
 
   Somos um povo educado? Nas nossas relações cotidianas, como nos comportamos com as pessoas? E com os animais? Coitados, são tratados aos pontapés. Com exceção dos cães nascidos em canis de ouro, os seres mais frágeis da natureza são diariamente desrespeitados. Somos herdeiros de uma educação autoritária, que remonta as origens do patriarcalismo. Seres marcados a ferro em brasa. Ao invés do diálogo, muitos de nós, pais e professores ensinam aos filhos e alunos o medo.
     - Cala esta boca, menino, senão te arrebento!
  A maioria das religiões inculca o temor a Deus; alguns professores continuam com a prática de intimidar os alunos; o capitalismo gera o medo do desemprego: sem-terra, sem-teto, sem direitos humanos. Políticos que não cumprem programas, pelos quais se elegeram.
    Precisamos romper com esta educação opressora, perdendo o medo de abandonar nossas atitudes grosseiras, uma herança perversa transmitida de geração a geração. Ao mesmo tempo, deixar de ser subserviente com o opressor, enfrentá-lo.
Como não sou pai nem mãe da boa educação, mas filho da outra, nascemos, portanto no mesmo berço esplêndido. Por isso precisamos dialogar: pais e filhos; professores e alunos; políticos e eleitores; governo e povo, etc.
     O silêncio pode ser reacionário e quem cala consente.

 

Crônica de 1994 - Que está no livro Crônicas do Cotidiano Popular - página 53. - Edição esgotada.