NA NOITE
Tirou o sapato, despejou a pedrinha. Sua unha encravada, estava quase curada
O chuveiro gelado não deixou que cantasse, nem podia ver filme pois a luz acabou
Precavido mantinha uma vela no óleo, avistou na parede sua sombra de triste
Ele estava sozinho, nova noite,de novo. O cri-cri no gramado fez quebrar o silêncio, melodia de grilos deu tristeza na alma
Desejou que a coruja estivesse com fome e livrasse o quintal desses bichos sonoros.
Se deitou pra dormir mas o sono não veio, com a vela mais perto pôs-se a ler o Perfume
Invejou do olfato que tinha o Patrick, poderia cheirar pra onde ela foi
A saudade doía em lembranças tão vivas, fez levar muito além da historia que lia
Pôs o livro de lado, apanhou o remédio. Digitou nove números e falou com Marina, combinou um programa para a noite à fora
Ela veio solicita como sempre fazia, se entregou por dinheiro e fingiu que gozava
Ele até que sabia mas sequer se importou . Só queria sentir um prazer que sonhava