Tribunais

Sabe quando passamos por alguém fingindo não vê-lo pra depois ficar olhando de rabo de olho, é tão involuntário que quando percebemos já fizemos alguns julgamentos. Somos inseguros demais com o que somos e ficamos sempre supondo e criticando os outros.

Quando constatamos que alguém que achávamos ser antipáticos não o são, e se mostram gentis e amáveis nos surpreendendo, uma força curiosamente estranha nos encoraja a nos aproximar dele, atitude também involuntária é essa punição fingida ao qual nos alto impomos, é uma confissão de culpa da qual evitamos admitir.

Nossa compreensão é uma coisa poderosa, julgar as atitudes alheias sem sabedoria para usar uma toga, é o mesmo que tapar um olho e achar que só verá a metade das coisas. Essa cilada que nos espreita em todas as esquinas é comum, encará-la e não praticar é ser mais justo com quem não conhecemos, e esperar que também de nós, não teçam comentários infundados.

Dois caras passam por mim e cada um ruma em uma direção:

Vejo duas vidas que seguem próximas, vejo dois desconhecidos iguais.

Um limpo e alinhado, outro sujo e amarrotado.

Um olha o relógio, o outro observa o dia.

Um esta indo, o outro volta.

Um quer falar, o outro ouve música.

Uma esta radiante, o outro parece cansado.

Um tem passos firmes, o outro caminha exausto.

Hoje dediquei meu dia a observar um homem na rua, compreendi que um mesmo homem é diferente dependendo das circunstâncias , e de como eu as interpreto.

Eu acho que todo julgamento que faço é vital para nortear o caminho à frente, mas tento não ser leviano ao defender minha opinião sobre algo ou alguém que não conheço, Limitando-me apenas a ser educado e procurar conhecê-lo melhor, e esperar que façam isso por mim também.