Mensagens que edificam - 39

Encontrar tempo num tempo em que tudo anda tão acelerado fica cada vez mais complicado, e se você parar para avaliar é provável que muitas vezes pense que os dias já não são longos como antes e que os verões não ficam mais tão distantes. Seria isto uma impressão particular ou uma realidade comum e latente? Os relógios continuam os mesmo e a contagem dos minutos não mudou; as semanas continuam a ter sete dias e os anos, quando não são bisextos também continuam a ter 365 dias. O que então motivaria esta sensação de que o tempo está cada vez mais curto? Indiferente à cronologia aplicada ao calendário e considerando que o caminho dos astros e os corpos celestes com exceção de meteoros, cometas e asteróides da mesma forma mantêm o equilíbrio e a harmonia peculiar da nossa galáxia, a vida segue sem prestar explicações daquilo que pode ser produto da nossa fértil imaginação. Contudo, nesta busca por uma resposta fica sobreposta a conjectura de que o progresso e o avanço tecnológico nos amputaram qualquer chance de que sobreviva a tão necessária paciência, e tudo obrigatoriamente fica mais dinâmico. Já foi o tempo em que as cartas escritas à mão eram o mais comum meio de comunicação, e que todos suportavam naturalmente o período de entrega do antiquado envelope e o recebimento da resposta. Já foi o tempo em que o telex era evolução e hoje nem lembrança disso temos, no momento em que a internet faz com que tudo seja imediato e o planeta se transforma numa grande lan house. Basta um clique e a viagem começa. O computador não tem apenas uma tela, na verdade ele é uma janela. Uma formidável janela onde se contempla o permissivo e o nocivo; o informal e o banal; o familiar e o imoral, enfim, o imediatismo de tudo que permeia o nosso dia-a-dia, do simples celular ao mais sofisticado iphone, é o consumismo que consome, é o consumista que nunca sacia a sua fome, e neste frenesi a contemplação é algo que some. Não queremos esperar por mais nada, e a paciência que é algo que não se aborda talvez explique este tempo acelerado, que nas asas cibernéticas das novas e estupendas descobertas, nada mais encoberta, a humanidade não segue mais caminhado, mas navegando. E o tempo acelerado passa...

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 09/03/2015
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