BARULHO.

Ontem assisti algo interessante, uma fala transcendental já que nada racional e devido poderia se esperar, ao menos remissão.

Estava eu então em outra esfera cósmica, em planeta desconhecido? Minha atenção não permitia dizer que sim. Ouvi então um barulho ensurdecedor abafando a fala transcendental.

Me lembrei de Maquiavel que de forma sutil e inteligente envolvia, sem fugir das ações afirmativas do que dizia e fazia, não creditando para terceiros o desenrolar dos fatos no Principado. Assumia seus erros e bajulações ao Príncipe. Era um intelectual de ponta e como tal, ao menos verdadeiro.

Traçava caminhos com vastíssima percepção e vivência de séculos. E não negava os caminhos, conseguiu ser exilado, mas voltou. Alguns voltam por sucessão estruturada, não em pessoa.

Certa feita vaticinou Maquiavel: Se há alguém com estrela, “com uma astúcia feliz” como referi na minha obra máxima, O Príncipe, e com destino de alguma visão do povo, entendendo-o e suas necessidades básicas, como temos em acontecimentos históricos, personagem de algum discurso que possui e domina, falando a mesma língua da massa, que seja ausente de linguística mínima, independendo de altos conhecimentos, mas que esse mesmo povo compreende e aplaude, este será o nosso Príncipe. (Extraído de crônica minha, Maquiavel visto por mim).

Fortifique a moeda mantendo sua circulação mesmo sem investimento, mantendo os números que impressionem o capital, trazendo mais moedas de outras nações, ainda que sejam improdutivas. E retire suas taxações e prazos para circularem livremente no Principado. Que fiquem sempre altamente líquidas e voláteis. Deixe-as entrar e sair na forma de suas vontades, com enormes lucros e sem benefícios ao Principado. Moeda maximamente ofertada.

Estimule o capital mantendo retornos compensatórios extravagantes, vedando investimentos de todos, nacionais ou não, minimizando taxas de crescimento do produto e das vendas até à exaustão.

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Aumente também e principalmente, o acesso à moeda através dos depositários da moeda conhecidos como bancos, faça para eles uma garantia fortíssima e eles emprestarão àqueles que não significam risco, descontando dos salários ou pensões, mesmo acanhados. Assim emprestarão a quem mais precisa sem risco algum, realizar-se-ão sonhos desejados, mesmo que vá desencadear esvaziamento do que é básico, e todos verão que o crédito cresceu, e crescerá, houve a ele acesso para os de menor renda, o que não ocorria antes.

Assim colocará o sonho ao alcance da miséria que deixará de existir em maiores proporções ainda que com sacrifício da mesa e do remédio, ainda que por algum tempo até exaurir o crescimento que fará em novo ciclo voltar o estado anterior. O endividamento irá encarcerar o crédito por altas taxas.

A aparência fará a festa por algum tempo. Depois diga que

a fase passou, que tudo de bom voltará, mesmo que com enormes sacrifícios.

Transcendência é ponte imaginária e traz barulhos ensurdecedores.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 09/03/2015
Reeditado em 09/03/2015
Código do texto: T5163616
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