Sr. Dadivásio
Dadivásio, sabia bem como romper o dia.
Levantava, espreguiçava, banhava-se e vestia-se.
Passava uma bela colônia após se barbear.
Dadivásio, era realmente um coroa boa pinta.
Charmoso e galanteador, todos os dias saía para caminhar. De bermuda branca e camisa listrada, caminhava pelo calçadão, tendo o mar como paixão e as mulheres como inspiração.
Sempre se chegava, ao final da caminhada, em uma padaria bem iluminada. Sentava-se à mesa, garantindo um pingado e um jornal.
Conversava fiado com clientes e atendentes. Contava anedotas e causos.
Certo dia, Dadivásio não apareceu, ele morrera de véspera.
E no jornal estampou a notícia:
Senhor morreu no vaso. Comeu, comeu garomeu, morreu. Sr. Dadivásio no vaso faleceu. Morte súbita.
Depois que a notícia se espalhou, todos diziam que o Sr. Dadivásio era um grandíssimo filho da puta!
Toda noite, Sr. Dadivásio, passava novamente pela orla, com o Cafetão Murilo e cuidava do ponto onde, com as meninas, ninguém mexia. Dava tapa na cara, ameaçava e abusava de quem a ele contrariava. Ao final repassava recebendo a garantia.
Sr. Dadivásio, foi-se. Foi-se tarde. Como morreu no vaso, todos esperam que tenha ido à merda!