Sr. Dadivásio

Dadivásio, sabia bem como romper o dia.

Levantava, espreguiçava, banhava-se e vestia-se.

Passava uma bela colônia após se barbear.

Dadivásio, era realmente um coroa boa pinta.

Charmoso e galanteador, todos os dias saía para caminhar. De bermuda branca e camisa listrada, caminhava pelo calçadão, tendo o mar como paixão e as mulheres como inspiração.

Sempre se chegava, ao final da caminhada, em uma padaria bem iluminada. Sentava-se à mesa, garantindo um pingado e um jornal.

Conversava fiado com clientes e atendentes. Contava anedotas e causos.

Certo dia, Dadivásio não apareceu, ele morrera de véspera.

E no jornal estampou a notícia:

Senhor morreu no vaso. Comeu, comeu garomeu, morreu. Sr. Dadivásio no vaso faleceu. Morte súbita.

Depois que a notícia se espalhou, todos diziam que o Sr. Dadivásio era um grandíssimo filho da puta!

Toda noite, Sr. Dadivásio, passava novamente pela orla, com o Cafetão Murilo e cuidava do ponto onde, com as meninas, ninguém mexia. Dava tapa na cara, ameaçava e abusava de quem a ele contrariava. Ao final repassava recebendo a garantia.

Sr. Dadivásio, foi-se. Foi-se tarde. Como morreu no vaso, todos esperam que tenha ido à merda!

Marcelo I Catunda
Enviado por Marcelo I Catunda em 09/03/2015
Reeditado em 09/03/2015
Código do texto: T5163290
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