PELO DIA DA MULHER 2015

Não há nada que venha com garantia plena.

Nem todo o homem sabe jogar futebol, como nem toda a mulher sabe cozinhar.

Nem todos os homens ganham mais que as mulheres. Nem todas as mães são santas e perfeitas. Não há apenas mulheres delicadas. Nem apenas homens rudes.

Também não é dos carecas que elas gostam mais, mas há sim, algumas mulheres que nem olham duas vezes, se o homem em questão tem cabelo, ou deixa de ter. E há uns sujeitos sem cabelo, mas bons de lábia, que fazem o maior sucesso junto do sexo oposto.

Então, o mundo é assim. Complexo.

Por isso, neste dia que alguém convencionou ser da mulher, é a elas que eu me dirijo, claro. Mas não àquelas deusas alinhadas com os padrões cinéfilos de beleza, ou que seguem a última moda dos boulevards de… ahnnn…uma dessas cidades que têm boulevards, e que hoje são muitas.

Não! Eu dirijo-me simplesmente a todas as mulheres, criaturas tão frágeis e tão fortes quanto o momento o exige. Tão meigas e ternas quanto o momento o pedir em ternura , sedução e encantamento. Mas bravas que nem leoas na hora de se defenderem, ou aos seus.

Não discuto as injustiças de tratamento que as discriminam, as religiões que as escravizam e coisificam, ou a dureza da vida que levam apenas por serem mulheres, em algumas culturas, nalguns pontos do planeta.

Hoje o dia é de celebração, e por isso celebro e dou voz às muitas conquistas que, enquanto género, já alcançaram. Por incrível que pareça, já houve um tempo em que as mulheres não votavam, não podiam estudar, nem aspirar a certas profissões. Não tinham direitos quase nenhuns na transmissão de bens. E esperava-se que o marido fizesse a gestão das suas heranças, se as houvesse, por se acreditar na absoluta incapacidade de elas mesmas a fazerem.

Os tempos mudaram, sabemos mais, e as mulheres estudaram, já votam e ganharam cargos de pleno direito em todas as profissões. Mesmo que ainda com distorções incompreensíveis, às vezes.

Mesmo assim, celebremos. A sociedade, como um todo, adapta-se à nova realidade, e isso é fantástico porque abre possibilidades que são, cada uma delas, uma enorme aventura.

Em pouco tempo teremos, espero, uma sociedade completamente igualitária e justa no que se refere à discriminação de géneros.

As mulheres saberão, porque têm exemplos concretos já dados, não repetir os erros que nós homens cometemos durante tanto tempo. Não farão maus negócios, nem perderão a sua feminilidade, como nós fizemos.

Saberão, talvez, não perder a doçura, mesmo quando sujeitas às pressões do quotidiano agreste e corporativo. Saberão gerir os custos da maternidade e disponibilizar no seu íntimo aquele capital emocional necessário para manterem toda a ternura condicente ao papel de mãe, companheira, namorada ou, simplesmente, mulher. Aquela a quem hoje eu dou meus parabéns.

Mas senhoras, por favor…Fazerem melhor que nós deve ser fácil. Não façam pior, sim ?