A TERRA QUE SONHAMOS. O SONHO QUE BUSCAMOS
Outro dia, sonhei que a terra era um sonho. No sonho, sonhava que era um sonho o sonho que sonhava. Estava na terra dos sonhos, o planeta Terra era um sonho.
Mas por que tem de haver tantos sonhos dentro de outros para que a Terra seja um sonho? Neste caso, tudo era somente sonho. Até o formato da Terra, que não era mais uma esfera, mas um sonho de padaria - aquele doce que é uma espécie de pão com recheio de creme saindo dos lados e pode ser coberto de açúcar, granulado ou depende da criatividade do padeiro.
Bom, se pararmos para pensar, a terra da realidade que hoje conhecemos, não é muito diferente de um sonho de padaria. Não é difícil de se lambuzar só em pegar nele. Comendo então, se corre o risco de sujar nariz, boca, queixo, rosto ou até as roupas. Talvez fosse mais correto afirmar que a terra seja como uma manga, ou quem sabe até, uma manga rosa —se levarmos em conta o liberalismo homossexual que voga hoje em dia — mas em todo caso, com a manga você só se lambuza depois que tira a casca, então não fica muito de acordo com a realidade. Além do mais, o mundo tem mais a ver com doce e açúcar que com fruta que é mais saudável. Por isso que a terra era um sonho.
Vejamos pelo lado bom, se me perguntassem para que lugar do planeta eu queria ir, diria logo que era para onde fica o recheio ou onde ele está transbordando mais. Outro ponto positivo, seria para a Geografia, para traçar a linha que divide a Terra no sentido longitudinal em hemisférios norte e sul, foi preciso ir a um determinado ponto do Equador e com certos instrumentos determinar os ângulos de duas estrelas polares ao norte e ao sul, daí se fez uns cálculos geométricos que não sei muito bem e só assim conseguiram traçar o meio do planeta. No caso do sonho, era só seguir a linha do recheio.
Falando ainda do recheio do sonho global terrestre, ele alternava a cada dia, dependendo da situação político-econômica e social do momento. Essas coisas como déficit, PIB, juro, mercado, dívida interna/externa, IDH, etc. Ou seja, quando o recheio era aquele branco-amarelado chamado creme de baunilha, significa que a coisa está “encardida”. Se era de chocolate, a coisa estava preta. Mas se for de doce de leite, significa que “tá todo mundo na ...”, bom , sabe o que quero dizer.
O sonho de padaria em comparação com o mundo, tem uma divisão política e econômica muito parecidas. Veja bem, a Terra economicamente se divide em duas: Norte e sul. Olhando no mapa, aquele está em cima e este em baixo. É no norte onde está concentrado a maior parte da riqueza mundial e os países mais desenvolvidos do planeta. Compare, no caso do sonho, é no norte que fica a “cobertura”. E ao ser assado, é o sul que ficará “onde a chapa está esquentando” e se passar um pouco do ponto, o fundo vai ficar preto.
Voltando ao sonho em que a terra era um sonho, devo informar que ela era um sonho não só no seu formato mas também nos seus aspectos humanos, naturais, políticos e sociais.
Era um governo misto entre animais e humanos. Os leões eram os reis; as andorinhas, presidentes; os ratos, deputados; os macacos, prefeitos; os urubus, ministros; os burros, eleitores e os humanos, os ditadores
Nestes governos, o nepotismo era um grande problema, as andorinhas queriam introduzir seus parentes na mamata, mas os ratos também queriam, eram andorinhões, pardais, hamster´s, camundongos para tudo quanto é lado. Brigavam sempre entre si pelas vagas, mas ambos concordavam em uma coisa: nada de aves de rapina.
Os macacos também não ficavam para traz . Em meio as suas macaquices, convidavam seus primos para assumirem cargos públicos. Os macacos-prego assumiam o setor de construção civil; os aranhas, o setor de habitação; os gorilas, segurança pública; E os micos com publicidade e propaganda.
Os urubus não se envolviam com o nepotismo. acontece que queriam a carniça só para eles.
Os humanos ficavam ocupados planejando um novo genocídio para cometerem, ou então, procuravam afligir as pessoas que fossem contra suas ideias.
Os leões...só curtiam sua realeza.
Enquanto isso, os burros brigavam por melhores empregos, saúde, educação e segurança, mas tudo que conseguiam era mais carga pra carregar.
Naquele momento pensei: será esta a realidade? Este é o mundo em que vivemos? Será que estou sonhando mesmo?
Então acordei. Só que ainda sonhava. Na verdade não acordei, apenas o sonho deixou de ser. Mas nesta realidade ainda podia sonhar. E fazendo isto vi que o mundo não era mais como um sonho ruim, mas era como muitos sonham que ele fosse. Sem corrupção, nem guerras, fome, ganância. Havia certa harmonia. Daí então, voltei ao sonho anterior, isto é, à realidade, e percebi que quando sonhamos conscientemente é que tudo parece ainda possível.
Suspendendo qualquer sonho, pensei: os sonhos são melhores quando estamos acordados, quando sonhamos com um mundo melhor. Basta fechar os olhos e ver o que precisamos ver. E ir além, buscar.
Este exercício faz-nos ver um mundo complicado e sem solução, mas lá no fundo enxergamos as possibilidades, quais todas apontam para o ser humano. Percebemos que o que está faltando no mundo são virtudes e sentimentos mais puros como o amor, caridade, fé, perseverança, equidade.
É claro que para o mundo que vivemos ser aquele que sonhamos, estes sentimentos devem estar em pelo menos quase todas as pessoas. Algo que acreditamos ser impossível.
Mas posso afirmar que quem agir com tais sentimentos, estará construindo pra si um mundo melhor, pois fazendo alguém feliz, certamente encontrará quem o faça também. Bons sonhos!
Reflexão:
“Quando terminar de enxergar o problema, comece a enxergar a solução”
“O homem benigno faz bem à sua própria alma, mas o cruel perturba a sua própria carne”
(Pv 10:17)