Mensagens que edificam - 31

O maior de todos os obstáculos a serem superados neste momento, mais do que provar que os pressupostos não têm provas, é convencer os religiosos que fé não morre apenas por falta de obras, mas por se fundamentar em fábulas, tradições e crendices insanas. Eu, assim como milhares de antepassados e contemporâneos isolados da presunçosa civilização, não preciso de um manuscrito para crer em nada. Em concordância com esta afirmativa e na contramão do fundamentalismo tudo que existe se fez pelo poder da palavra, não escrita, mas dita. E mais, a própria “regra de fé e conduta” afirma que no princípio era o verbo, ou seja, tudo que existe não dependeu de um fragmento literário sequer, muito menos de um compêndio que vem se desfragmentando por falta, não de argumentos, mas de uma historicidade que não tenha se prostituído com fundamentos que atestem a veracidade do verdadeiro Deus. Para os incautos defender este princípio é ser ateu, mas para os "não iludidos" pregar estas ideias é desvencilhar milhares de uma alcatéia, tendo em vista que lobos nós tratamos com munição pesada.

Simples... Assim como as coisas se fizeram sem que alguma frase fosse impressa, também os primeiros seres humanos sem que existissem gráficas ou qualquer recurso de escrita acreditaram através de experiências pessoais, mesmo porque o próprio pentateuco foi escrito séculos depois de tantos acontecimentos e tantas gerações.

Sem falar que os primeiros cristãos nem bíblias tinham. Os escritos que compõem o Novo Testamento, tais como as epístolas foram escritas sem nenhuma pretensão de que fizessem parte de um livro, e este próprio livro diz que a fé vem pelo ouvir. Tudo era passado, na maioria dos casos, de uma geração para outra através de narrativas. A fé não existe por causa de um livro, mas este livro se sustenta da fé. Inverteram os valores!

Estou usando as armas do inimigo contra ele mesmo. Na verdade é que estas questões não acrescentam nada, ao contrário, subtraem, mas para que possamos ser ouvidos precisamos por vezes fazer de conta que acreditamos num tanto de coisas que não passam de mito. Lembrando que todas estas colocações não colocam em demérito a existência de um Deus.

Um Deus que em nada se identifica com o deus mistificado pelos interesses étnicos, pessoais, temporais e conveniências despidas de qualquer princípio moral que justifique a acepção escandalosa que a religião impõe sobre as pessoas.

Não somos convidados a sermos religiosos, sectaristas ou pretensos donos da verdade. Somos convidados a praticarmos o bem sem olhar a quem e a sermos bons vizinhos, bons amigos, bons parentes, bons colegas de trabalho, bons cidadãos e acima de tudo, amar em todo o tempo o nosso irmão. Reiterando: 'como a nós mesmos'.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 04/03/2015
Reeditado em 04/03/2015
Código do texto: T5158116
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