NOSSA UTILIDADE.
Política traz incômodos, perde-se tempo com que não nos traz deleite, falamos e devemos falar do que os outros podem compreender e aceitar. Falar sobre o dia a dia todos devem falar, com limites. Necessitamos viver interagindo. Mas o oceano não vence a rocha na sua dureza, a aspereza da compreensão parcial é como rocha.
A utilidade está na sua projeção, e cada qual tem sua posição. Existem contrariedades ao que está claríssimo, em política é assim, perde-se a utilidade quando há verbiagem. A paixão partidária por exemplo, não permite contraditório. Diga você que dois mais dois são quatro, e isso ressai da exatidão de provas exatas, mas os fantasmas de “achismos” encontrarão discurso e “acharão” suas “razões”, as razões da desrazão que combate a lógica. E nada pode combater a lógica. O que se tem? Nossa inutilidade, perda de tempo precioso.
Pergunto, há deleite em se tratar de política? Há benefício na discussão que cuida de parcialidade? Discutir coisas sérias proporciona seriedade, o que oferece revolta e não deleite e pouco ou quase nada pode ser alterado por nós, devemos deixar relegado para nos ofendermos menos do que já estamos ofendidos. A política surgiu para servir o interesse de todos, mas nunca se voltou realmente para essa finalidade. É histórico.
Um grande mestre, Paramahansa Yogananda, ensinou o que todos sabemos e não colocamos em prática: “Não desperdice seu tempo com coisas vãs. Um grande número de pessoas se ocupa com atividades inconsequentes. Se você lhe pergunta o que tem feito, geralmente dizem: Oh tenho estado atarefado o tempo todo! Porém, mal se lembram com o que estiveram ocupados”.
São assim os que tratam de política como partidarismo e, principalmente os políticos dentro de seus muros. Nós tratamos, eu e amigos, de fatos políticos, de fenômenos sociais, aqui e particularmente, não de política partidária, sou apartidário por princípio. Não pode haver partido quando se visa o todo, partido é parte.
Política teria lugar de destaque se cumprisse seus objetivos. Teria forma se respeitasse sua formalidade.
A forma nunca pode ser vazia, a forma incorpora seus fins como a natureza em suas várias matérias. A forma é material, qualquer vazio é imaterial, é assim a política, vazia. Não faz mais que ela própria fraudar seus objetivos partidariamente.
Mas no vazio “há forma” no sentimento que se exterioriza, existe objeto, quando verdadeiro, pois todo objeto tem forma, e quer ser útil.
Quem é conhece e sente, sabe o que é. Como crer em Deus que está próximo pela fé, e também nos atos de sentimento plural, que objetivam o todo, como ocorreu na morte dos mártires e das crianças mortas de forma violenta nas guerras. São e foram chorados. Não se assiste nesses fenômenos de sentimento plural em unidade de dor, mero ato de consciência social, mas a presença de Deus. E não há forma em muito do que se crê, mas há verdade, diferentemente de política partidária.
Sabemos que “Deus é”, mas não “O que é”. Mas este “não ser” se mostra sendo, quando sua reprovação pela Lei Moral é máxima. Faz de seus filhos veículo de sentimento para demonstrar a utilidade. Por isso o perdão tem razões palpáveis.
Só não perdoa a si mesmo quem se entrega à falta de utilidade, ela não gera frutos.