Ela queria voar
Ela queria voar. Não se importava com a tempestade que caía do céu, ela não se importava nem com a tempestade que acontecia dentro de si. Ela só queria voar. Estender suas asas, pular de um lugar bem alto e sentir o vento batendo em si enquanto ela sobrevoava o oceano. Queria voar, até alcançar as estrelas e ficar lá de cima vendo o minúsculo tamanho da Terra. Voar, subir, sentir, viver! Suas asas foram cortadas, cresceram e foram feridas novamente. Porém, agora o anseio por liberdade tocou-lhe profundamente. Ela quer voar. Voar e deixar pra trás todos os medos, todos os problemas e entregar-se a uma liberdade que só é alcançada nos braços de Deus, em meio aos ares.
Ela queria voar, mas não podia. Queria se esquecer de muita coisa, mas não conseguia.
Não podia, não conseguia. Não sozinha.
Suas asas foram feridas, ainda sangravam, às vezes. Como arrumar tudo isso?
Ela queria voar, mas não conseguia sozinha. Curvou-se enquanto caía, e já previa a dor que sentiria ao tocar o chão. Porém, grandes braços a envolveram. Ela continuava a cair, mas os tais braços a protegiam.
Na imensidão, os braços de seu Pai lhe envolviam. Ela queria voar e, com Ele, ela conseguia.