O CASAMENTO

- Viemos visita-los e também convidá-los para serem nossos padrinhos de casamento. Estamos trazendo o convite.

Com o maior prazer e alegria aceitamos o convite

Conversa vai, conversa vem o noivo falou:

- Vai ser uma festa muito bonita, pois o pastor que vai fazer o casamento é o irmão da noiva e fala muito bem. Tenho certeza de que vai ser uma festa muito bonita.

Já fiquei preocupado com o terno.

- Vou usar o mesmo que usei no outro casamento. Não vou mandar fazer outro.

Mulheres, não. Tem que comprar coisa nova, nem sequer pensam em usar a mesma. São coisas da vida.

O casamento estava marcado para o mês de setembro, época agradável e sugestiva.

Setembro, enfim, chegou. E estava um calor insuportável, e com aquele terno...

Chegamos à igreja. Ela era pequena mas parecia aconchegante. Mas lá dentro é que estava o problema. Um calor maior do que aquele lá fora.

Quando entramos e nos acomodamos ficamos sabendo que o pastor, irmão da noiva iria se atrasar, o que causou um grande desconforto, pois não havia vento que refrescasse e os ventiladores, mesmo ligados, não vencia em refrescar o ar. Enfim...

Depois de uma boa espera, e ninguém se derreteu, o pastor chegou e foi direto para realizar a cerimônia.

A curiosidade também estava no sermão que ele ia dar. E foi mais ou menos assim:

- Irmãos, estamos convencidos de que quando um casal se une pelo sacramento do matrimônio, é óbvio que a mulher tem que ser submissa ao seu marido e cuidar dos filhos. Ela foi feita para procriar e é o dever dela.

Foi um balde de água fria ao ouvir isso.

- Esse pastor veio de outro planeta? Nunca vi nada absurdo.

Abismados, um olhava para a cara do outro com aquela vontade de rir.

E continuava o sermão:

- Até em supermercado, ao fazerem as compras, o homem é que dever ser o cabeça. Inclusive na escolha da margarina.

Era demais. E o sermão foi mais além, com coisas que era de arrepiar os cabelos.

Saímos dali pensando se foi aquilo tudo que ouvimos.

No outro dia, no serviço, todo mundo falando do sermão.

No meu caso, sem comentários.