30 Anos de Espera
Foram 30 anos desde o último encontro. De lá pra cá, o Xavante passou por poucas e boas. Por momentos ruins e dolorosos alternando-se com grandes momentos e heroicas promoções de divisões tanto regionais como nacionais.
Tinha apenas 9 anos na época e por motivos óbvios, não pude ir ao jogo com o Flamengo naquela ocasião. Mesmo assim, não deixei de vibrar com o gol de centroavante marcado pelo Bira e com o lindo gol do Júnior Brasília por cobertura na voz do inesquecível Celestino Valenzuela.
Nesses 30 anos, eu e todos os outros xavantes sofremos pelos rebaixamentos, choramos por ídolos que se foram naquele acidente de 2009 e lutamos para voltar ao lugar onde nunca deveríamos ter saído, sem deixar de torcer e incentivar nossos jogadores a lutar pela vitória.
Muitos me perguntam por que torço pelo Brasil que tem tão poucos títulos no currículo. Respondo que esse time tem um carisma que é difícil de explicar em termos técnicos. É a paixão pelo clube que une pessoas tão diferentes entre si e que algumas delas são capazes de ir aonde o time vai.
Nos últimos anos, o clube tem crescido de forma gradual e segura. Estamos perto dos 10 mil sócios e temos o time e o técnico na ponta da língua. O caminho para ser grande é longo e penoso, mas a recompensa é certa.
Como o reencontro contra um time que simbolizou esse momento mágico e que certamente, aconteça o que acontecer no jogo, nos lembrará daqueles velhos tempos onde a Baixada era chamada de “Bombonera Gaúcha”.
Agora a história se repetirá na quarta-feira próxima. Uma história de coragem e de superação de um clube que renasceu das próprias cinzas para brilhar no futebol gaúcho e nacional.
Terei com certeza esse privilégio de ver uma grande partida. Uma partida em que a torcida do Brasil jamais se esquecerá.
Colhemos as flores que nasceram naquele triste asfalto de Canguçu e agora jogaremos novamente contra um grande clube.
O destino é inexorável.