DEPOIS DA PIZZA DE EMPADINHAS:

parada para "o" cafezinho.

Eu poderia ter sido mais genérica ao iniciar minha crônica e ter começado assim dizendo: "parada para "um" cafezinho".

Tempos genericamente parados...e eu ando a desistir dos luxos e dos desgastes dos movimentos reivindicantes pelo básico de direito.

O verbo parar, nessa atual parada do particípio (presente!) é chocante: nunca se parou tanto por aqui. E vamos continuar parando!-é o que dizem os analistas.

Portanto, o tempo verbal melhor indicado para a modernidade gestora super eficiente do verbo parar, porque fazer parar tudo duma vez só se consegue com muito talento, é: "parando para o futuro do gerúndio!

Parando a se perder de vista...ao menos para o cafezinho pós pizzas.

Saibam, aqui nunca se para "cash"...parada por aqui, mesmo aguda, é sempre cronicamente financiada.

De modo que, paradoxalmente ao futuro do presente parado, mesmo se conseguindo parar para se tomar o cafezinho da tarde já nos faz filosofar no movimento.

Não, minha crônica não é de humor porque parar para "o", ainda que seja genericamente apenas "um" do extinto bom cafezinho, hoje é um luxo da extinta classse média...já considerada elite moralmente exterminada em coxinhas.

Primeiramente porque até parar, mesmo estando já tudo meio inercialmente parado, anda bem oneroso nos dias de hoje.

Ao preço dos estacionamentos, já não vale a pena parar sem pensar, nem parar o carro para um simples cafezinho...porque será ao custo dum simples cafezinho de empadinha eclético e exótico a preço de água.

Se vier com um popular pãozinho, aí danou-se, a gente vai lembrar das comodities do trigo e eu vou ficar chata demais.

Então é melhor parar de pensar e parar o carro, já que tudo parou mesmo...

Carro? Socorro! Ops, cometi um pecado de desclassificada classe coxinha.

Também...quem mandou ser uma coxinha ingênua?

Ora, na boa fé, faço tudo que me mandam! Acredito na cidadania.

Mandaram compulsivamente a gente comprar carro, "comprem carros brasileiros!", depois sumiram com o pro-álcool, levaram o petróleo pra nunca mais, sobretaxaram o oleo restolho, acabaram com as vias viárias e de sobra nem sequer sobrou um dinheirinho para o IPVA das prestações a se perder de vista do bem cronicamente alienado, para um consumidor mais alienado ainda.

Como se movimentar alienadamente por aqui?

Isso sem contar o preço dos estacionamentos e dos pedágios.

Se é caro parar...andar então...Coisa de loucos!

Agora já me convenci! Eu sou uma alienada da ex-inalienável classe média extinta, atual abobada nova classe elite coxinha: em resumo: o novo pobre.

Vingança?-depois de tentar digerir uma nova rica pizza de "empadinha" com cafezinho pirata? Nem pensar!

Sabor empadinhas agora é luxo só para os mais recentes "sheiks do petróleo"!

Pensam que me perdi do título do meu texto? Jamais!

Eu quero parar para reivindicar a volta dO meu cafezinho. "O" de grão puro! Chega de gambearra de cafezinho genérico com gosto de enganação. Quero o cafezinho com artigo definido! Chega de indefinição.

Eu ainda aspiro pelo meu cafezinho puro..."O" cafezinho, não um cafezinho qualquer guela abaixo como tudo por aqui, mas produto nacional de Direito, perfume da terra de todos os brasileiros, genuíno , tipo exportação para consumo INTERNO e sem aumento da alíquota de imposto de permanência em solo próprio, cujo grão autóctone, de força germinativa independente, ainda não conseguiram levar...

Chega de cafezinho pirateado!

Ou será que levaram embora também o milagre da germinação da terra, depois da seca da dilapidação negligente dos recursos naturais?

O que? Exportaram nosso grão de qualidade.

Não sobrou nadinha pra nós!

Por aqui só sobrou o "pó da rabiola" do café de qualidade! Esqueçam o selo de controle.

Se depois da pizza sabor empadinha quiserem produto original...façam como os protagonitas das calamidades: tomem o avião pro outro lado do mundo para saborear o que era nosso.

Independentemente da marca da almofada, por qui, procurem com lupas um café com qualidade para consumo interno.Depois me avisem se encontrarem o ouro em pó.

Só não vale pagar fortunas pelo grão superfaturado do intestino do gatuno, porque aos coxinhas isso nunca nos pertenceu.

Acho que vou ter uma indigestão.

Sabem por quê?

Porque depois das Pizzas sabor empadinhas, lá no forno das negociações, sem café de qualidade , se quisermos ao menos uma água para empurrar o prato feito, vamos ter que dançar "a dancinha da chuva" com o garçon.

-Um cafezinho, senhora?

E ainda molhar o bico num desse genéricos horrorosos e caríssimos como elixir "indisgestivo"...

Ainda bem que está escuro e no apagão geral a gente já não enxerga mais nada, nem o fundo da xícara, muito menos a fumaça de socorro, a dos mala...baristas dos tantos falsos cafezinhos que nos empacam goela acima...