JAPÃO, 70 ANOS: ESQUECEMOS A GUERRA
A Revista Piauí, de fevereiro, traz um ampla reportagem a respeito do evento, sob o título “Sexo depois da guerra”, na Alemanha, Itália, Japão e na França ocupada.
Os nikkeys raramente leem essa publicação, mas deveriam lê-la, pois trata de um assunto tabu nestas últimas décadas.
Diferente dos chineses e coreanos que até hoje não esqueceram o tratamento dado pelos soldados japoneses às suas mulheres, tratadas como escravas sexuais, os japoneses parecem que perdoaram os americanos que ocuparam –em torno 600 mil – o país após a derrota e exploraram também as japonesas. A prostituição era uma necessidade e foi institucionalizada desde o início da ocupação. Elas eram apontadas como símbolo de degradação nacional, mas provocavam fascínio. A situação delas era muito melhor do que a maioria dos cidadãos sem-teto, famintos e empobrecidos.
Diz a reportagem que os soldados americanos eram na maioria negros. E as crianças mestiças que nasceram dessas relações foram uns 90 mil. Li certa vez, que elas estavam num internato dado que as mães não tinham condições materiais nem emocionais para acolhê-las. Num determinado ano, entidades americanas recambiaram-nas para os EUA. Há até um filme, baseado em fato real, em que um mestiço americano/japonês, já adulto e bem situado na vida, regressa ao Japão a procura de sua mãe. Se a encontrou, não me lembro.
Por que será desse tratamento tão diferenciado dado aos ocupantes de seus país, levando em conta as atitudes dos chineses e coreanos?
Seria porque a americanização da cultura no Japão foi mais longe do que em qualquer lugar? A guerra terminou em 2.9.1945.