Brinquedos que eu fiz na minha infância
Na minha cidade, de vez em quando, vinha um parque de diversões. Num desses parques tinha uma barraquinha que me ficou na lembrança com os gritos da vendedora dos bilhetes do coelhinho da sorte. Ela gritava com os bilhetes nas mãos: “venham, venham, comprar o número da sorte. Seja aqui seja lá, quando acabar aqui, vai todo mundo para lá.” Eu gostava muito de ficar com os olhos presos nas casinhas do coelhinho que ficava dentro de uma caixa no meio da roda de casinhas. Após vender todos os números, ela rodava a caixa e ao levantá-la, saia correndo um coelhinho assustado e entrava em uma das casinhas numeradas e o comprador do número ganhava um prêmio. Eram produtos bem baratos. Hoje não gostaria de ganhar nada daquelas bugigangas exibidas para os compradores da sorte, mas com os olhos de criança pobre, naquela ocasião, tudo aquilo era um encanto.
Como tudo que eu ficava maravilhada, eu gostava de criar um brinquedo, construí o meu brinquedo do coelhinho da sorte. Eu guardava caixinhas de fósforos vazias e na parte em que ficavam os fósforos eu fazia uma abertura por onde deveria entrar os coelhinhos. Os coelhinhos eram tatuzinhos. Não me lembro quais eram a prendas para os ganhadores.
Com caixinhas de fósforos eu fazia muitos outros brinquedos.
Gostava de construir fazendinhas e os boizinhos eram feitos com chuchus. Há muitos outros brinquedos que eu fazia, mas não vou falar de todos nessa crônica.