BEM-ME-QUER, MALMEQUER

No inicio de nossas adolescências o tal bem-me-quer mandava mais que o coração, as gurias colhiam as flores e formavam um grupinho para desfolhá-las e assim iam alternando risos e ohs.

Nós, os guris fazíamos as escondidas, quando muito um confidente acompanhava. Mais adiante pela esperteza começávamos no malmequer e assim sempre terminava no bem-me-quer, pronto saiamos acreditando que o destino estava decidido!

Não há mais campos nem jardins na volta das escolas, não há mais calçadas descalças, não há mais bem-me-queres, então namoros duram minutos, horas e quando muito alguns meses.

Não há mais o medo em contrariar a plantinha do amor e do desamor.

Faz uma dúzia de anos que subi a colina Tapera na zona sul da cidade e encontrei todas as bem-me-queres amarelando-o, um espetáculo que os jovens não conhecem, pois andam preguiçosos e cegos, só tendo olhos às telas dos smarts, então nem nas colinas eles são capazes de buscar o bem-me-quer de suas vidas!

ItamarCastro
Enviado por ItamarCastro em 22/02/2015
Reeditado em 25/03/2018
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