Esperar / Desesperar

Estava vendo a página de Mário Quintana numa das redes sociais, e de repente levei uma “tijolada”. Li algo que me atingiu profundamente, um banho de realidade, algo que pareceu haver sido escrito especialmente para mim, unicamente pra mim, para o modo como encaro a vida no momento presente. Na minha vidinha parada no tempo, onde apenas com a poesia tento preencher meus momentos, pareço realmente estar vivendo em compasso de espera, a derradeira espera, aquela de quando é chegada a hora da partida.

Interessante é que eu nem deveria ter ficado tão chocado com o que li, sempre fui mais ou menos assim, mesmo em minha juventude. A verdade é que quando jovem não havia dinheiro para divertimento num orçamento sempre apertado, mas quem realmente quer sempre dá um jeito. Para nós era no máximo uma praia ou um cineminha vez em quando.

Nos carnavais sempre fizemos “retiro” em casa mesmo, e teatro era um luxo que não nos pertencia. Isto ficou de tal modo arraigado a nós que hoje, numa outra realidade, não nos animamos a sair de casa. Sem falar que o atual estado de saúde da companheira também não ajuda nesse sentido. Foi aí que o Quintana me pegou pelo pé ao dizer: “Há criaturas que não vivem, estão apenas fazendo horas para morrerem.”

Que fazer para reverter tal situação, se com tantos criminosos a solta por aí, vivemos todos nós por trás das grades e no limiar de uma síndrome de pânico?

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Autoria

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 21/02/2015
Reeditado em 22/11/2018
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