Não quero ser mais normal
Cansei de viver uma falsa moral, cansei de ser radical, cansei de ser funcional, cansei de ser excepcional. Cansei de ser um eleitor politicamente correto, votando em políticos politicamente incorretos. Cansei de ser um telespectador de programas idiotas, cansei de ouvir "lorotas" pela rádio e pela televisão.
Cansei de ouvir o que não quero ouvir, cansei de escrever o que não quero escrever, cansei de viver para os outros, cansei de querer agradar a todos, enquanto muitos me tratam com indiferença e outros nem lembram que eu existo. Cansei de estar na noite sem poder desfrutar a beleza da lua, cansei de estar no dia sem poder contemplar a imensidão do sol. Cansei da mesmice do cotidiano que, arrebata os meus ideais, cansei das ideias forjadas por uma mídia podre.
Quero ser anormal, atemporal, casual, paradoxal, quero viver na anormalidade das normas que ainda não foram ditadas. Qual o preço que pagamos quando decidimos ser um anormal? Sofrer o escárnio dos normais da sociedade hipócrita? Sofrer as ameaças dos detentores do poder? Ser ignorado pela massa ignorante? Ter a boca tapada pelo sistema monetário que, ainda faz calar a voz do homens justos? Uma vez anormais, jamais conseguiremos voltar a ser normais, pois, atravessamos a ponte da normalidade, transpomos o rio da rotina, cuspimos na cara do "monstro" chamado "Estado" e a partir de então, estaremos entregues aos destinos da anormalidade que, nos levará ao caminho pela qual trilharemos, a fim de conhecermos todos os paradoxos de uma vida normal.