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Dizem que o lar é onde o coração está. O coração pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo? Podemos ser cidadãos do mundo? 
 
Tem muita gente que consegue; mas sinceramente, este perfil não combina comigo. Sou mulher de uma casa só. Sinto-me bem onde estão minhas raízes, minhas coisas, meus livros e discos, fotos e memórias. Não sou melancólica ou ligada a bens materiais, mas adoro a ilusão de pertencer a um lugar.
 
Gosto de viajar. Posso passar algum tempo longe, mas sabendo que tenho para onde voltar, e num quarto de hotel, pouco antes de dormir, gosto de saber que em algum pontinho desse imenso planeta, existe uma casa que é minha, e que me aguarda...
 
Sinto-me inteira e conectada quando estou em casa. Toda casa tem um cheiro que nenhum lugar do mundo tem. Esse cheiro só existe nela. E as cobertas também tem um toque diferente, o quebradinho na parede para onde a gente fica olhando assim que acorda, o canto dos habituais passarinhos na árvore próxima (e em nenhuma outra árvore eles cantam do mesmo jeito), as vozes dos vizinhos conversando na rua, os cães latindo no quintal, enfim, tudo isso chama-se lar.
 
 
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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 21/02/2015
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