Você Gosta de Receber Elogios?

Se todo objetivo de quem se dispõe a colocar no papel as suas idéias fosse, pura e simplesmente, a crítica, tornar-se-ia, a meu ver, dificílima a melhora das sociedades e, por abrangência, do mundo. É óbvio que coisas erradas existem em toda parte, mas isto é conseqüência de sermos humanos e, portanto, em busca de perfeição. Acredito no elogio como fator indispensável à elevação na qualidade de um comportamento ou de uma obra. Por trás da intenção primordial está o germe da derrota ou da vitória muitas vezes inconscientemente implantado no detentor da iniciativa. Daí para frente a opinião de terceiros é decisiva tanto no desempenho quanto no resultado final.

Por praxe ou hábito queremos censurar, ver algo de errado ou até menoscabar o valor de uma obra. Reconhecemos no íntimo a dedicação de quem se entregou a uma tarefa imbuído do desejo de agradar. A maestria surge da prática e da dedicação constante. Deve o crítico, a meu ver, interessar-se por uma informação que vá além da obra em questão. Assim, senhor dos fatos, terá em mãos material imprescindível a uma visão global de quem está sendo analisado. Julgar precipitadamente é deixar que idéias pré-concebidas roubem de nós a ponderação e a análise.

Em que reside o valor do elogio? Penso que é a mola propulsora da dedicação e do crescimento. Quando percebemos falhas e camuflamos a vontade de destacá-las, estamos dando um passo essencial à melhora do criticado. Exaltamos, assim, a nossa própria compreensão dos fatos e abrimos a válvula do elogio. Os pormenores crescem em importância e conduzem o analisado a uma reflexão positiva seguida do esforço primordial a uma mudança básica. Se for verdadeira e consistente a atitude transformada, o caminho para o sucesso encontra-se agora livre e ampliado.

Somos o resultado daquilo que pensamos. Se sofremos apenas críticas, com vistas a um rebaixamento, vamos, inconscientemente, em direção contrária ao progresso. As pessoas crescem na medida em que são elogiadas. Por mais que acreditemos em nossa capacidade e por maior que seja nossa auto confiança, dependemos do reconhecimento do outro. Isto fomenta o desejo de continuar, porque faz nascer a gratidão que, por sua vez, gera o amor em forma de esforço e inspiração, o que gera trabalhos cada vez melhores.

No outro extremo encontra-se a incapacidade que, na realidade, não existe, pois é somente o resultado da crença, filha da crítica unida ao descaso. Nunca é demais repetir: se alguém iniciou uma obra, é porque tenciona vê-la concluída. E a lição que fica é que não devemos, jamais, deixar de elogiar, pois, assim, cavamos o precioso poço da capacidade infinita, (comum a qualquer ser humano) e despertamos de uma forma bonita o veio que se encontrava adormecido.

Professor Edgard Santos
Enviado por Professor Edgard Santos em 21/02/2015
Reeditado em 21/02/2015
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