O Dono de Tudo
Um homem sentado aos pés da escadaria da igreja, cumprimenta cada transeunte a sua frente como fossem velhos conhecidos. À boca, leva uma garrafa com duvidoso conteúdo. Um gole. Outro gole. Balança sua cabeça a cada deglutição e aceno. Óculos escuros à face escondem seu verdadeiro estado de espírito, dando-lhe ar de sujeito sério e polido. Pele escura de negritude, com brilhante sudorese, realçando seu abdome distendido e fora da camisa. Um cidadão “descidadanizado”. Não tem lugar algum e ao mesmo tempo tem todos, se declarando dono efetivo. O dono de tudo.