LER...COMPREENDER.
O que o homem não conseguiu possuir e apreender, que foge do alcance por várias motivações, é o que mais aguça a vontade para concretizar.
Quando a vontade neste sentido se agiganta, e grande parcela da humanidade assim se comporta, uma força inicia o processo de conquista. É quando surgem as iniciativas do discernimento menor que não mede opções eleitas para chegar-se ao fim almejado, por vezes desastroso.
Nascem desse modo os conflitos, de todas as naturezas e espécies, em qualquer área, seja íntima ou desconhecida, entre próximos e distantes, conhecidos e desconhecidos. A pior delas é a íntima. Por quê? Por aumentar a briga de seu “eu” com a realidade, agredindo a obviedade de sua realidade, e nada faz para alcançar a compreensão, antes a mergulha em fosso mais profundo, e se debaterá nele sem chance de sair. Quando o pouco apossado em conhecer se torna mais em negatividade de apreensão, portas cerradas ao saber, sempre mínimo embora se busque, estude e procure o máximo, muito da caminhada da necessidade dá espaço gigantesco à disfunção que se alastra por não ser combatida.
É a grande procissão da vontade......
O que não tem e não conhece, o que não poderá ter nem nunca conhecer é o que obceca...É a vontade contaminada pelo sombrio veio da egolatria. Há um albor nesse culto a si mesmo, uma claridade rala, fraca e despercebida para o detentor dessa fraqueza. Quanto mais questionado mais se aprofunda na ilogicidade, a insciência faz o culto da parcialidade da opinião opiniosa, desacreditada e semeada em nonadas.
O sentimento de que tudo que está em sua posse não é perfeito incomoda, não sabe que nada sabe quando pensa saber. Não conhece a locução socrática. Dorme o sono intranquilo no berço da fuga à claridade.
É preciso mais, o que faz o homem buscar integralmente por meios e modos imaginosos que estão fora de seu manejo e de seus dons, a vontade pelo motor do desejo e da esperança em ser acreditado,o que está sempre longe de seu patrimônio pessoal e material.
Vejo muitas considerações sobre ler na internet, inclusive pelas pessoas que pouco liam e hoje foram levadas à leitura pela internet. Mas essa motivação deve-se mais à imagem do que à leitura.
É inegável ser um grande valor ainda que não se aprofunde em conhecimento. Como se diz, conhecer “pela rama”, superficialmente, e conhecer com densidade apequenada duas pontas. Como saber quem é Poncio Pilatos e não conhecer Prócula, sua mulher, tão influente e não ouvida na decisão de seu marido em condenar Cristo, um simples exemplo. Ouvir falar no Senado Romano e não conhecer seus personagens que influenciaram o mundo e os povos até hoje, em detalhes tão intensos e presentes que vivem do nosso lado,permanentemente, e não sabemos. No direito por exemplo.
Mas impressiona, fora de registros históricos, não conhecer o mínimo que as emoções proporcionam, a saciedade do óbvio que nos chega pelo leito dos ventos da curiosidade, sem amarras ou estereótipos.
É assim hoje com o computador, porém, além de aliar um novo hábito como o de ler, carrega a disfunção da leitura. Ler e não penetrar o conteúdo, ficar na soleira sem poder entrar no conteúdo, a porta está fechada. Isso é nocivo. É preciso compreender minimamente o que se lê e voltar a ler, refletir, buscar entender, sem o que a leitura é pura desrazão. Não cessar de buscar o conteúdo, o que mora atrás das letras. Fora daí a leitura é mais uma forma de se desinformar.
Alguns dizem que conhecem de cor clássicos, uma pontinha de mentira, pelo que escrevem, outros não negam seu desconhecimento, lerem pouco. Acima de tudo a internet envia à leitura, uma verdade, seja a leitura que for,mas que haja dedicação e persistência para a compreensão. Sem isso as trevas permanecerão.