Costume do pito é que entorta a boca
Luciano não tinha carteira de habilitação, embora dirigisse muito bem. Tinha confiança em si mesmo e acreditava que nunca seria parado em uma blitz.
Tranquilamente ele percorria a cidade toda. Ninguém sequer poderia supor que ele não tivesse a tal carta de motorista. Passava na frente dos policiais sem nenhum receio. Mas....como “costume do pito é que entorta a boca” como diz os antigos...
Num belo dia (belo?) Luciano avistou uma blitz, como jamais havia sido parado, Luciano foi passando tranqüilo:ao seu lado estava sua esposa,com um certo receio e apreensiva, algo lhe dizia que aquele dia seria diferente...
Foi dito e feito!No momento em que foram passando ao lado dos policiais, um deles sinalizou indicando que parassem. Luciano parou. O coração bateu descompassado. Gelou. Sabia que agora tinha dado zebra!Seu carro seria guinchado.
O policial se aproximou, pediu a carteira de habilitação e os documentos do carro. Luciano entregou os documentos do carro...
-A carteira senhor...?
-Não tenho “Seu” guarda.
-Não tem?Então o senhor não pode dirigir...
-Sabe “Seu” guarda, é que minha mulher não pode andar, e eu estou levando ela ao médico.
-O carro do senhor será guinchado.
-Minha mulher...
-A gente manda chamar um carro da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e leva ela.
Não teve conversa e nem argumento que "comprasse" o guarda. O carro foi guinchado e a esposa de Luciano levado por um carro da UPA que o policial educadamente solicitou.
O costume de fazer algo que não era certo lhe dera a confiança, mas Luciano aprendeu que andar correto é o que mais dá segurança...