Crônica de Carnaval
Pierrô amava Colombina, que por sua vez amava Arlequim e que, como bom amante, também desejava Colombina.
Este triângulo amoroso, o mais famoso do mundo, continua a fazer suas vítimas! E como!
Até Drummond o resgatou em sua célebre Quadrilha! “João amava Teresa que amava Raimundo...” E pior, acrescentou mais sofredores! Quem estava fora da história levou a melhor: J. Pinto Fernandes!
Mas confesso que nessa disputa amorosa, sempre torci para que Colombina caísse nos braços do Arlequim, pois nunca me simpatizei com a figura do Pierrô. Muito lírico, muito inocente, muito angelical e frágil...e ainda muito triste! E mais... platônico! Tudo muito!
Arlequim, apesar de espertalhão preguiçoso e insolente, que tenta convencer a todos da sua ingenuidade e estupidez, está mais próximo da nossa natureza imperfeita. Mais estado de espírito. Colombina apaixona-se pelo Arlequim... e deixa desolado o Pierrô.
Porém, sabemos que a paixão tem data marcada para terminar e terminou. No momento em que Colombina leu ou carta do triste e abandonado Pierrô, deu adeus ao Arlequim e foi para os braços do novo amante, jurando amor eterno.
A vida retomou seu curso de rotina inexorável...
E em todo Carnaval, Colombina esperava pelo beijo roubado do Arlequim...!
É... o coração tem sentimentos que nenhuma razão é capaz de explicar!
Risos!
É Carnaval!