A luz fora de hora!
A rua estava a as escuras, não que faltasse energia na rede de distribuição daquela região. A prefeitura é que alegando falta de verba não trocou as lâmpadas queimadas em diversos pontos daquela cidade. Quem se arriscava a passar naquele trecho, o fazia com medo, afinal dizem que assaltante e assombração aparecem de todos os cantos escuros inesperadamente.
Ele, convicto que Deus o protegeria, com a Bíblia debaixo braço saiu daquela ponta de rua clara, percorrendo trecho escuro, mas a passos largos. Conhecia o caminho sabia que ali não apareceria um “buraco engolidor”, ao contrário o asfalto era liso e bem cuidado, pois se o executivo do município não tinha dinheiro para lâmpadas, pelo menos para tapar os buracos tinha.
A cidade durante o dia era linda, arborizada, limpa, com um trânsito organizado. A coisa só ficava preta à noite, quando até praças eram um breu. Os moradores fizeram um documento com muitas assinaturas que quase vira instrumento de discórdia. É “abaixo assinado” ou é “baixo assinado”, passavam horas a discutir e com isto não colheram todas assinaturas pretendidas.
Enfim foram entregar ao prefeito o documento bem elaborado em que queixavam da falta de luz a noite. O mesmo leu cautelosamente o que dizia o documento, e fez a promessa que trocaria as lâmpadas com certa urgência, e cumpriu o prometido. As lâmpadas foram trocadas, claro que com dia claro, mas o eletricista esqueceu de ligar o disjuntor. Chegou à noite a rua escura.
O líder do movimento pró-luz liga para a casa do prefeito, diz que ele não cumpriu a promessa, o prefeito acorda de um sono profundo, o eletricista ladeado de uma comissão de moradores suspende a chave do “off” para o “on” e as luzes se ascenderam provocando uma correria, não do profissional nem das pessoas que testemunhavam o acender das novas lâmpadas. E até hoje não foram procuradas as calcinhas e cuecas inesperadamente abandonadas, assim como outras peças!
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Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs editor do jornal Vanguarda de Guanambi / Bahia, e não aconselha “escurinhos coletivos”, vai que numa hora destas o gemido que venha do lado seja familiar a outro usuário?!