UM MACACO PREGO ESTRESSADO!!!
Nos tempos da menor idade, trabalhei em dois setores de comércio no Mercado do Ipiranga, Rua Silva Bueno, banca de cereais e banca de Avicultura.
Na banca de cereais, vivia pesando mercadorias de todos os tipos, arroz, feijão, farinha etc., e na banca de Avicultura, também vivia pesando alpiste, girassol, painço. Cânhamo vendia muito, alimentava os avinhados, que após saciarem a fome ficavam um pouco agitado.
Na banca de avicultura vendia todo tipo de aves e pássaros, tais como: papa-capim; avinhado; coleirinha; pintassilgo; araponga; tucano; bico de lacre; sabiá; canário da terra; galo de campina; cardeal; papagaio; arara; bicudo; bigodinho; calopsita; jandaia; pássaro preto, não recordo os nomes de outras espécies. Dentro da banca era uma cantoria e muita falação.
Num feriado prolongado a banca de avicultura não teve expediente, dias depois voltamos a trabalhar, o que encontramos na banca foi de arrepiar os cabelos.
O macaco prego estava furioso, doido para que alguém abrisse a porta da banca e ele pudesse escapar, sumir dali. O que se via por todos os lados eram pássaros sem cabeça, sem asa, sem pernas. Da para imaginar um macaco prego enjaulado, num espaço pequeno, ouvindo as cantorias dos pássaros, no caso creio eu o que mais fazia barulho deveria ser a araponga, que muitas pessoas chamam de “ferreiro”, “bigórnia”.