Confetes e Colombinas
Folia... Folia... Folia... Festa! Festa! Festa!
O humano sobrevive de sua alegria e melancolia. Em um ciclo que perfaz 40 dias aproximadamente a humanidade encena seus teatros de dor e prazer. É a maneira que arrumou para entender sua realidade, seu mundo, seu íntimo.
Alguns dias atrás festejavam o início do ano; daqui a quarenta dias comemoraremos a páscoa antecedida pela “semana santa” e depois...
Agora é o Carnaval e todo mundo ou fingindo que é feliz ou brincando de que não se importa ou deixando para depois os problemas. É o momento da sensualidade e da sexualidade. Camisa de Vênus e Bebida de Baco para todos! Os moralistas têm o seu “Rebanhão com Jesus”. Festejos! Formas de festejar uma fase com a maioria se expondo e outros se compungindo.
Na calçada, em meio ao rebuliço de gente, iam duas amigas com seus andrajos conversando. Uma expressava seus lamentos e a outra impulsivamente exclamou: “Eu não gosto de carnaval!” A que reclamava da vida não deu conta do corte feito em suas ladainhas. E de novo a mesma intervenção de forma mais incisiva:
- Eu não gosto de Carnaval!...
Ambas seguiram seus caminhos argumentando os seus desprazeres. O diálogo foi sumindo a cada passo que distanciavam. O cronista passou a levantar hipóteses para aquele desapreço insistente: “por que ela não gosta de carnaval?” Múltiplas respostas, pensou-se.
No dia seguinte a senhora de classe média com seus balangandãs e compras, fazendo referência à antiga marcha carnavalesca, gritou sonora e histericamente para que todos na rua a ouvissem:
- As águas vão rolar... Aquilo ecoou de modo vazio no espaço infinito da rua.
À noite indo e vindo carros velozes passavam com músicas estridentes pelas ruas que conduziam ao lugar da concentração da “Batalha de Confetes”. No caminho grupos de pessoas seguravam latas e garrafas de onde bebiam no gargalho. Ébrios gesticulando e falando alto!
Por que faziam isto? Porque a catarse é necessária. Porque é Carnaval e todos precisam tirar suas máscaras e vestir suas fantasias.
Daqui a pouco todos estarão se beatificando com novenas quaresmeiras, cenas da paixão e se lambuzando com guloseimas pascoalinas.
Confeitos e purpurinas!
Leonardo Lisbôa,
Barbacena, 13/02/2015
“Confetes de palavras,
Versos em serpentinas.
Lança-perfume de prazer.
Carnaval de amor...”
Maria Amélia – Comunidade L’Art d’Amelie.
Folia... Folia... Folia... Festa! Festa! Festa!
O humano sobrevive de sua alegria e melancolia. Em um ciclo que perfaz 40 dias aproximadamente a humanidade encena seus teatros de dor e prazer. É a maneira que arrumou para entender sua realidade, seu mundo, seu íntimo.
Alguns dias atrás festejavam o início do ano; daqui a quarenta dias comemoraremos a páscoa antecedida pela “semana santa” e depois...
Agora é o Carnaval e todo mundo ou fingindo que é feliz ou brincando de que não se importa ou deixando para depois os problemas. É o momento da sensualidade e da sexualidade. Camisa de Vênus e Bebida de Baco para todos! Os moralistas têm o seu “Rebanhão com Jesus”. Festejos! Formas de festejar uma fase com a maioria se expondo e outros se compungindo.
Na calçada, em meio ao rebuliço de gente, iam duas amigas com seus andrajos conversando. Uma expressava seus lamentos e a outra impulsivamente exclamou: “Eu não gosto de carnaval!” A que reclamava da vida não deu conta do corte feito em suas ladainhas. E de novo a mesma intervenção de forma mais incisiva:
- Eu não gosto de Carnaval!...
Ambas seguiram seus caminhos argumentando os seus desprazeres. O diálogo foi sumindo a cada passo que distanciavam. O cronista passou a levantar hipóteses para aquele desapreço insistente: “por que ela não gosta de carnaval?” Múltiplas respostas, pensou-se.
No dia seguinte a senhora de classe média com seus balangandãs e compras, fazendo referência à antiga marcha carnavalesca, gritou sonora e histericamente para que todos na rua a ouvissem:
- As águas vão rolar... Aquilo ecoou de modo vazio no espaço infinito da rua.
À noite indo e vindo carros velozes passavam com músicas estridentes pelas ruas que conduziam ao lugar da concentração da “Batalha de Confetes”. No caminho grupos de pessoas seguravam latas e garrafas de onde bebiam no gargalho. Ébrios gesticulando e falando alto!
Por que faziam isto? Porque a catarse é necessária. Porque é Carnaval e todos precisam tirar suas máscaras e vestir suas fantasias.
Daqui a pouco todos estarão se beatificando com novenas quaresmeiras, cenas da paixão e se lambuzando com guloseimas pascoalinas.
Confeitos e purpurinas!
Leonardo Lisbôa,
Barbacena, 13/02/2015
“Confetes de palavras,
Versos em serpentinas.
Lança-perfume de prazer.
Carnaval de amor...”
Maria Amélia – Comunidade L’Art d’Amelie.